DA POSTERIDADE
E eles já não acordam de pijama esfregando os olhos com a carinha que me pedia por mais cinco minutos. Seus horários nem mais coincidem com os meus, na verdade mal sei dos seus horários, dos seus deveres, dos seus dizeres. Sou visita em sua casa onde a cabeça da mesa é sua, o cardápio é seu e todos os horários do dia.
Você tem seu quarto e não carece que durante a noite eu chegue por lá pra vê se está tudo bem.
Você cresceu e armar a árvore de natal não tem a mesma graça de antes. Chegar em casa depois de um dia difícil é história que eu conto e que hoje você vive.
Pais não deviam morrer, nem filhos crescerem. A casa devia permanecer com o cheirinho que vocês tinham e ecoar eternamente seus sorrisos. Porque assim, ninguém ia sentir falta do calor do abraço um do outro. Nem sentir que o tempo passou.
Mas passou.
Madalena Sofia Galvão Viana
28/05/2013