Hoje amanheci meio reflexivo. Imaginei o quanto os objetos que possuímos nos são úteis e/ou nos dão prazer. Carros, roupas, sapatos, celulares, computadores, enfim, uma lista interminável que nem caberia numa crônica resumida como esta.
Algumas pessoas até viciam neles, que passam a fazer parte do nosso dia-a-dia. Deles nos tornamos dependentes sem que nos importe. Muita gente é viciada em celulares, computadores e outros objetos que, apesar da utilidade que eles nos oferecem, existem pessoas que vão muito além disso!
Carros, por exemplo, nos são úteis e nos dão prazer, mas não hesitamos em trocá-los por um mais novo! Há quem possa valer-se de dois carros, um para cada ocasião. Enfrentar o trânsito da cidade ou encarar uma estrada com toda a família, tralhas e cão! Ou, em outro aspecto, roupas, bolsas e sapatos para cada ocasião! Quem não gostaria?
De certa forma, amamos nossos pertences pelas utilidades necessidades, conveniências ou mesmo pelos prazeres que nos proporcionam!
Foi aí que parei para refletir e surgiu a seguinte indagação: até que ponto as pessoas se comportam como meros objetos?
Estes não são capazes de reconhecer, valorizar nem declarar absolutamente nada para ninguém, pois são emocionalmente frios e indiferentes! Podem ser esquecidos em um canto qualquer sem sentirem um pingo de ressentimento!
Contudo, nem por isso deixamos de gostar daquilo que nos é conveniente, útil e nos dá prazer! E quando nos é oportuno, deles nos desfazemos sem o menor pesar!
O fato é que, em se tratando de seres humanos, ninguém gosta sentir-se como um objeto, mesmo que tal situação não seja decorrente da intenção da outra parte!
Afinal, dar e receber é o mínimo que se espera de qualquer nível de relacionamento, independentemente da intenção!
O fato é que, diante dessas situações, as portas de um coração que sofre por essa razão, mesmo que silenciosamente, fica sempre semiaberta, e, na primeira oportunidade, diante de uma reciprocidade que se espera, é arrebatado sem a menor parcimônia, pois tudo que um coração sensível deseja é amar e ser explicitamente amado, desejar e ser desejado na mesma proporção, de todas as maneiras, e não ser alvo de um puro, modesto e simples amor gerado por tempo de serviço, sentimento de família e conveniência ou convenção social!