A MORTE DO AMOR
Estava em uma cafeteria , quando duas jovens mulheres sentaram em uma das mesas próximas a mim . Conversavam sobre relacionamentos e sobre suas dores de cotovelo quando uma delas , enérgica , falou:
-- Não agüento mais ! Preciso matar esse amor.
-- Calma , vou te ajudar -- disse a cúmplice .
Minutos depois de testemunhar um plano de assassinato se desenvolvendo bem a meu lado, meu café acabou e fui embora inquieta.
Já pensou , leitor , o que aconteceria se matassem o amor?
Não sou meteorologista , mas prevejo uma hecatombe climática : Tempestade de lágrimas , trovões de desespero , raios partindo corações ao meio...
E mesmo sob lagrimas , os olhos ficariam opacos , sem brilho e os dias seriam noites , cortinas negras de tristeza . Afinal , é o amor que nos faz ver estrelas.
E como dar - se - ia esse assassinato ? Arrancando o amor do peito como se ele fosse um jatobá ? Sufocando -o ? Não dá . Porque é o amor que nos tira o ar e são suas raízes que nos sustentam .
E se ao invés de matá - lo , ele fosse apenas expulso ? É...novamente , não dá ! O amor nao precisa de chaves nem convites para ir ou chegar.
Talvez ...a morte por inanição . Mas como ? Se é ele que nos alimenta?! Temos fome de amor , leitor....
Também não sou bióloga , mas imagino uma desordem no ecossistema . Muitas espécies de insetos desapareceriam , pois nao haveria mais príncipes encantados somente sapos .
Meus colegas psiquiatras , neurologistas e ortopedistas também teriam muito trabalho . Várias princesas , desiludidas , cortariam e venderiam seus cabelos para a industria do megahair e entrariam em depressão. Algumas ficariam adormecidas para sempre , outras desenvolveriam cifose , convivendo com sentimentos menos nobres , pequenos , anãos.
CONTUDO, TODAVIA, ainda bem que tudo isso nunca irá acontecer porque ao tentar denunciar o assassinato iminente , o tempo revelou um segredo para me tranqüilizar : O amor nao morre , moça . Ele só muda de lugar.
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