MEUS AMIGOS VIRTUAIS

Lembrei-me hoje de escrever sobre os meus amigos virtuais, que, aliás, são poucos. Alguns deles já me deram o grande prazer de vir conhecer pessoalmente este ancião que ainda teima em extravasar seus sentimentos em crônicas. Cumpro assim, aqui, uma obrigação sentimental, pois esses amigos, quer os que já conheço em pessoa, assim como os que permanecem, por assim dizer, ainda apenas na “virtualidade”, mantêm comigo assídua correspondência, pois todos continuam alegrando o meu velho coração com seus generosos comentários sobre qualquer texto que escrevo e publico no site “Recanto das Letras”. Mas ainda alimento a esperança de conhecer aqueles que ainda, por uma razão qualquer, não puderam vir a Natal. Se Deus ainda me desse condições de ir a Mossoró, onde vivi quase meio século, daria um jeito de, tendo como cicerone o Prof. Raimundo Antônio, conhecer as que lá residem e com as quais mantenho esse constante e agradável contato virtual.

Vou começar pelo Prof. Raimundo Antônio de Souza Lopes, e todos sabem por que: foi ele quem escreveu aquele artigo sobre o meu livro “Crônicas Anacrônicas”, a quem - mesmo sem o conhecer pessoalmente na época - ofereci um exemplar, por sugestão de um filho meu, Francisco Giovanni, também professor em Mossoró e seu amigo. Um dia, pouco tempo depois, sou surpreendido por uma crônica sua, publicada no jornal “Gazeta do Oeste” de 10.01.2010, caderno literário dominical “Expressão”, intitulada “O PRAZER DE LER OBERY”. Claro que foi uma grata surpresa, que me fez muito feliz, sobretudo pelas razões que expôs para fazer aquele julgamento.

O Prof. Raimundo Antônio já foi premiado em vários concursos literários, de contos e crônicas, e tem vários livros publicados, dentre os quais possuo “Um Olhar Sobre o Cotidiano”, uma seleção de excelentes crônicas, e “A Flor e O Botão: Som, Ruído e Brisa”, no qual revela todo o seu talento criativo, com textos que a gente lê em estado de constante suspense.

O mestre, como é merecidamente tratado por seu largo círculo de admiradores/as, é prolífico em suas criações literárias. Colabora assiduamente no caderno de cultura do jornal Gazeta do Oeste e no site www.recantodasletras.com.br,

em que cada texto seu é uma lição de sabedoria. Foi ele quem trouxe à minha casa algumas amigas que eram até então apenas virtuais, proporcionando-me uma grande alegria. Raimundo Antônio de Souza Lopes, pedagogo e devotado professor, é hoje um dos meus melhores amigos, com quem frequentemente converso pelo telefone.

Pretendo aqui falar um pouco, também, sobre as amigas que ele me fez ganhar, mas sem estabelecer prioridade. Vou começar dizendo do prazer que senti em ser um amigo da Prof.ª Edna Lopes. Foi dela que recebi a primeira mensagem e me pediu a remessa de um exemplar do livro que foi objeto do comentário do Prof. Raimundo Antônio. Quando concluiu sua leitura, brindou-me com uma resenha que, por assim dizer, me deu novo estímulo a continuar escrevendo. Fiquei logo cativo de suas expressões de admiração e amizade. Nossa correspondência passou a ser assídua, fazendo crescer em mim, além do fascínio pela sua inteligência e a simpatia que irradia de seus olhos verdes e seu cativante sorriso, a vontade de conhecê-la pessoalmente. E essa oportunidade surgiu na vez em que, indo ministrar um curso em Areia Branca, teve que voltar por Mossoró, onde seus muitos amigos lhe prestaram uma homenagem que a comoveu. De Mossoró teria que vir a Natal tomar o avião de retorno à sua Maceió e me informou a hora em que estaria no aeroporto. Chamei meu genro Escóssia e minha filha Suerda, mas quando conseguimos vê-la já estava na fila do check-in, só dando tempo para um afetuoso abraço e algumas palavras. Mas, a sua figura e o seu sorriso ainda os guardo no coração. A primeira vez em que me visitou foi na companhia de Raimundo Antônio, que me surpreendeu pela sua juventude, pois a impressão que tinha era de quase um sessentão, pela maturidade revelada em seus textos. Edna deixou em todos os meus familiares uma sensação inapagável de estima; e em mim, particularmente, fez aumentar a admiração que é quase um encantamento.

Ângela Rodrigues Gurgel. Foi ela que, concluída a leitura do livro, escreveu uma crônica com o título sui-generis: “Na Cama com Obery Rodrigues”, alusão ao seu hábito de ler sentada em sua cama, recostada em um travesseiro. Fiquei, naturalmente, fascinado com a beleza poética do que escreveu. Tornamo-nos amigos e tenho sido brindado com seus inteligentes comentários sobre o que publico no mencionado site. Seu livro “Ensaio Poético” é uma coletânea de poesias cuja leitura nos fazem sonhar; aliás, poesia tem que ser como ela escreve, extravasando a alma. Guardo-o com o maior carinho. Na segunda visita que Raimundo Antônio e Edna Lopes me fizeram, ela também veio em companhia de outra amiga, Antônia Zilma. Dessa sua segunda visita guardo a mais grata lembrança. Batemos várias fotos em companhia de minha esposa Brasília e dos meus filhos Simone e Giovanni. Aliás, eu fiz questão de tirarmos algumas só comigo, que tanto ela quanto Raimundo Antônio, Edna e Ângela publicaram no Recanto com comentários que muito me sensibilizaram e me deixaram feliz. Obrigado, Ângela, por sua amizade e quero dizer que quando qualquer notícia sua demora sinto falta, porque você, assim com Edna e assim como Antônia Zilma e Márcia Kaline, permitam-me revelar, já moram no coração deste velho sentimental.

Antônia Zilma. Sei que é Professora. Ultimamente, tem sido parcimoniosa em seus comentários sobre o que escrevo, mas tenho visitado seu Perfil no Recanto e admirado a fertilidade de sua inspiração, seja na beleza de sua poesia, das crônicas e dos outros gêneros literários de sua lavra. É fértil a sua vocação intelectual. Gosto muito do que escreve nos comentários que, eventualmente, tece sobre o que escrevo. Foi um grande prazer para mim tê-la recebido em minha casa e conhecê-la pessoalmente. Pedir-lhe-ia que fosse mais presente com seus lúcidos comentários para o Recanto, podendo ser parcimoniosa sobre o que não gostar, pois, só assim, procurarei melhorar o teor do que escrevo.

Márcia Kaline Paula de Azevedo também é Professora em Mossoró. Tem andado silenciosa nos últimos tempos, mas é outra amiga que já me brindou muitas vezes com seus inteligentes comentários. Já prometeu visitar-me, mas diz que ainda não encontrou tempo e oportunidade; espero que os encontre enquanto é tempo.

Cellyme é outra querida amiga. Houve um tempo em que trocávamos correspondência. Suas cartas eram primorosas. Eu acho que essa troca foi suspensa por culpa minha; deve ter correspondido ao tempo em que tive de submeter-me a uma angioplastia e passei um período sem escrever. Mas, ela tem sido assídua nos generosos comentários. Seu acervo no Recanto é rico dos mais variados gêneros literários, de poesias, crônicas, contos e outros, que a gente lê com prazer. Já me prometeu vir um dia conhecer-me; será uma grande alegria para mim.

De Porto Alegre - RS, minhas crônicas têm sido contempladas, vez por outra, com os lúcidos pareceres de Meriam Lázaro, daí porque a incluo no rol de minhas amigas virtuais. Tenho visitado seus diversificados textos e admirado a beleza do que escreve. Gostaria que fosse mais constante com seus comentários que, para mim, são lições que me ajudam a melhorá-los.

Ysolda Cabral, residente em Recife. Ganhei sua amizade graças a Edna Lopes. Mandei-lhe o meu livro, que mereceu, também dela, as mais elogiosas referências. Quem sabe um dia virá a Natal e, em vindo, dê-me o prazer de conhecê-la pessoalmente e de haurir um pouco da sua inteligência.

Finalmente, graças a Ângela Rodrigues, que me pediu para mandar o meu livro “Crônicas Anacrônicas” para Vany Grizante, de São Paulo, que me premiou, poucos meses depois, com uma belíssima resenha. E ainda me mandou, como presente, um exemplar do seu livro de crônicas “Abelhas Sem Teto e Outras Crônicas”, que li com grande prazer: comecei logo que o recebi, às 17:00 horas e concluí às 23:00. Mas, o que quero dizer agora é que jamais imaginei que as sentimentais crônicas de um octogenário saudosista nordestino pudessem sensibilizar uma jovem e culta arquiteta paulistana, a ponto de escrever uma resenha que me pareceu emocionada e de tal beleza que me abalou as estruturas já alquebradas pelo tempo, inclusive pela solidão. Obrigado Vany. Vai ser difícil, quase impossível conhecê-la pessoalmente, mas pelos “elementos” de que disponho já posso visualizá-la.

Concluo, aqui, o retrato afetivo e emocional dos amigos que tive a felicidade de conhecer virtualmente. Todos vieram preencher a falta que me fazem tantos contemporâneos queridos que Deus já chamou. Aos novos aqui mencionados o meu mais carinhoso abraço.

Obery Rodrigues
Enviado por Obery Rodrigues em 05/05/2013
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