CHEIRINHO FÉTIDO

Sabe aquelas visitas surpresa, que chegam sempre quando você ainda está dormindo, num pleno dia de semana? Então, a história que vos contarei é curiosa mas não incomum para muitas pessoas que já vivenciaram tal fato. Em um dia lindo, ensolarado, com um tempinho maravilhoso que te obriga a dormir até mais tarde pode ter sua aparência mudada completamente com uma “simples” visita.

De repente, chega uma big family de 8 pessoas, é isso mesmo, 8! Parentes distantes que não eram vistos há muito tempo e que não mantinham contato, mesmo estando em pleno século XXI, com a evolução dos meios de comunicação e avanço tecnológico, enfim, parentes… Mas num instante essa atmosfera de tranquilidade e conforto se desfaz. O interfone toca, você acorda meio zonzo com cara de zumbi e se direciona ao telefone. - Alô quem é? - disse o sobrinho em tom sonolento. - E aí sobrinho é o tio! - respondeu o tio. - Que tio? - Tio *****. - Ah sim, que surpresa, vou abrir o portão - o sobrinho se referindo com sarcasmo. Depois de abrir o portão todos se cumprimentam um a um, para se concretizar a tradição. Depois disso, todos se acomodam e começa aquela longa prosa (que parece não ter fim). O tempo vai passando e de repente já chega a hora do almoço, você pensa, repensa, desanima, mas se sente na obrigação de tomar a iniciativa de dizer. - Vamos almoçar? - disse a mãe. E é claro que a família em geral num coro entusiasmante responde sem papas na língua: - Tava demorando, pensei que não iria ter almoço aqui hoje - disse o tio num tom de brincadeira. Depois de pronto, todos são convidados a se aglomerar ao redor da mesa para fazer a refeição. Estamos ali diante de crianças que não apresentam nenhuma noção em relação à etiqueta, e uma conversa inadequada e hostil para se levar à mesa, que originalmente surgiu pela parte da visita, o que não é nada agradável e muito deselegante, mas para não parecer mau-humorados reagimos e soltamos aquela falsa gargalhada diante às atrocidades ali faladas.

Termina o almoço, todos agora novamente se reúnem, para a “prosa pós-almoço” e ali ficamos debatendo assuntos durante horas. Um pouco depois começa a “reação em cadeia digestida”, me refiro à ida constantes de todos os membros da família ao banheiro. Como de costume, alguém sempre fica na cozinha para arrumar a bagunça ali deixada. O banheiro fica localizado ao corredor próximo à cozinha o que proporcionava ao limpante, uma certa visibilidade e audição do que acontece no mesmo. Primeiro as filhas entram em fila indiana, até o momento não foi identificado nenhum ruído vindo do banheiro, até aí tudo bem. Após as meninas, entra os meninos, ali já era possível perceber barulhos estranhos, advindos de uma diarreia em massa, que acontece sempre com visitas que de certa forma, abusam da comida o que em excesso pode provocar um desandamento intestinal. Depois disso o Pai, o vilão da higiene e da conveniência. Um brutamontes que se sente livre para praticar suas asquerosidades no banheiro dos parentescos. Ali começa uma verdadeira agressão sonora e olfativa aos ali presentes, uma verdadeira “merda”, literalmente falando. O meliante depois de terminar tal ato, ainda tem a nobre gentileza de deixar a porta do banheiro aberta! É parece difícil de acreditar, mas isso aconteceu de verdade.

Após tais feitos, a parentada ainda tem a cara de pau de reunir-se para discutir os barulhos e o cheiro que seus detritos causaram sob o mundo. Novamente com uma gargalhada sem motivos e sem fundamentos, toma conta de todos - sem nenhuma exceção.

É incrível, como nos dias de hoje, com tantos programas informativos que ensinam como se portar diante situações é deixada de lado e sequer é lembrada nos momentos em que ela é mais necessitada. Sei que muitos vão me criticar, muitos vão rir e muitos vão se auto-questionar de como se comportariam diante tal fato, mas a verdade é: O ser humano é capaz sim se camuflar suas ações, mesmo sendo elas constrangedoras ou não. Mesmo sendo uma necessidade fisiológica necessária, o ser humano não é um ser irracional, que não pensa no próximo e no que o mesmo vai achar sobre seus comportamentos. Então, vamos unir o bom senso à comportabilidade ideal nos dias de hoje. Vamos viver de boas impressões e vamos dar exemplo ao próximo que não tem acesso aos bons modos, isso e outras coisas são necessárias para construirmos um mundo racional e acima de tudo educado! E não agir como um ser que se expõe à situações desnecessárias. Bom é isso, viva ao ar puro!

Italo Heric
Enviado por Italo Heric em 10/04/2013
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