Carlos e Joana mais uma vez participavam da tradicional Festa Beneficente que os moradores do bairro deles realizavam todo semestre.
Dessa vez o evento parecia mais animado do que as edições anteriores.
Os colaboradores, divididos em duplas, demonstravam um acentuado entusiasmo, muitos itens alimentícios foram arrecadados, a empolgação era intensa e contagiante.
Dava para prever que as instituições de caridade aproveitariam bastante a coleta dos alimentos.
No final de tudo, assinalando a etapa derradeira, acontecia o sorteio de alguns brindes, incluindo um livro escolhido pelos professores do bairro.
Eles verificavam os lançamentos do período e optavam por um título o qual conseguisse conciliar um ótimo autor com uma trama bem agradável e estimulante.
Esse momento era sagrado na opinião de Joana e Carlos, que não queriam saber dos outros sorteios.
A dupla inseparável de amigos acabava sempre na livraria próxima comprando o livro, pois jamais eram os sorteados.
Amantes da boa literatura, os dois jovens não abriam mão da última novidade literária.
Compravam apenas um livro, Joana lia primeiro e depois dava a Carlos, que nunca lia uma vez só.
_ Joanita querida, um livro deve ser saboreado mais de uma vez - dizia o alegre moço.
_ Hoje você leva o livro, Joanita!
_ Por quê?
_ Sonhei que você ganhava o livro. Pode esperar o resultado do sorteio. É batata!
_ Tá bom, Carlos! Agora eu devo levar a sério os seus sonhos?
_ Sim! Eu nunca sonhei com isso, você vai ser a ganhadora. Quer apostar?
_ Tá certo! Se você perder, eu não vou gastar um centavo com o livro que daqui a pouco a gente deve comprar.
_ E se eu vencer?
_ Se você vencer, eu vou te ajudar a conquistar Ritinha.
_ Oba! Por que você nunca me ajudou a conquistar Rita?
_ Porque ela nunca quis saber de você, mas, se eu perder a aposta, eu te ajudo a pagar esse mico!
_ Então tá combinado!
_ Carlinhos, nós não temos sorte. Você sabe disso!
_ Joanita, você precisa acreditar!
Sortearam o número 25.
_ Tá vendo, Carlinhos?
Muito frustrado o rapaz respondeu:
_ É, o meu sonho falhou!
Aguardaram o sortudo aparecer, mas ninguém surgiu.
A equipe organizadora, cinco minutos depois, constatou que esqueceram de distribuir o número 25.
Carlos imediatamente retomou o astral anterior.
_ Joanita, a sorte decidiu te abraçar, amiga!
_ Que nada! Eles voltarão a sortear um número, não será o meu nem o seu.
_ 118, 118, 118... - Carlinhos começou a repetir.
Joana sorriu descrente.
_ Agora é pra valer, galera! O número sorteado é...
Alguns segundos de suspense, o locutor oficial do evento revelou:
_ 118!
As pessoas aguardaram o sortudo se manifestar.
Era uma sortuda, exatamente a simpática Joana.
A moça chorando nada conseguia dizer, porém Carlos não conteve a euforia, começou a apontar para a amiga e gritar:
_ Ela ganhou, ela ganhou! Eu disse que o meu sonho é batata, eu falei! Joanita ganhou, Joanita ganhou!
As pessoas, um pouco confusas, sorriram e aplaudiram. Joana e Carlos se abraçaram. Agora os dois estavam chorando.
_ Se depender de mim, Ritinha será sua esposa, Carlinhos!
_ Que legal, Joanita!
_ Vou deixar você ler o livro primeiro.
_ Não precisa, pois, eu sendo o primeiro, vou ter pressa para te entregar e...
_ Já sei! Um livro não pode ser saboreado com pressa.
Carlinhos, que foi impedido de falar as palavras que a amiga disse, deu risada.
Retornando feliz demais para casa, Joana indagou:
_ Por que tanta certeza de que eu ganharia o livro?
_ Foi aquela frase que eu disse, Joanita! Minha mãe costuma repetir essa frase o tempo todo.
_ Que frase, Carlinhos?
_ Você precisa acreditar!
Dessa vez o evento parecia mais animado do que as edições anteriores.
Os colaboradores, divididos em duplas, demonstravam um acentuado entusiasmo, muitos itens alimentícios foram arrecadados, a empolgação era intensa e contagiante.
Dava para prever que as instituições de caridade aproveitariam bastante a coleta dos alimentos.
No final de tudo, assinalando a etapa derradeira, acontecia o sorteio de alguns brindes, incluindo um livro escolhido pelos professores do bairro.
Eles verificavam os lançamentos do período e optavam por um título o qual conseguisse conciliar um ótimo autor com uma trama bem agradável e estimulante.
Esse momento era sagrado na opinião de Joana e Carlos, que não queriam saber dos outros sorteios.
A dupla inseparável de amigos acabava sempre na livraria próxima comprando o livro, pois jamais eram os sorteados.
Amantes da boa literatura, os dois jovens não abriam mão da última novidade literária.
Compravam apenas um livro, Joana lia primeiro e depois dava a Carlos, que nunca lia uma vez só.
_ Joanita querida, um livro deve ser saboreado mais de uma vez - dizia o alegre moço.
_ Hoje você leva o livro, Joanita!
_ Por quê?
_ Sonhei que você ganhava o livro. Pode esperar o resultado do sorteio. É batata!
_ Tá bom, Carlos! Agora eu devo levar a sério os seus sonhos?
_ Sim! Eu nunca sonhei com isso, você vai ser a ganhadora. Quer apostar?
_ Tá certo! Se você perder, eu não vou gastar um centavo com o livro que daqui a pouco a gente deve comprar.
_ E se eu vencer?
_ Se você vencer, eu vou te ajudar a conquistar Ritinha.
_ Oba! Por que você nunca me ajudou a conquistar Rita?
_ Porque ela nunca quis saber de você, mas, se eu perder a aposta, eu te ajudo a pagar esse mico!
_ Então tá combinado!
_ Carlinhos, nós não temos sorte. Você sabe disso!
_ Joanita, você precisa acreditar!
Sortearam o número 25.
_ Tá vendo, Carlinhos?
Muito frustrado o rapaz respondeu:
_ É, o meu sonho falhou!
Aguardaram o sortudo aparecer, mas ninguém surgiu.
A equipe organizadora, cinco minutos depois, constatou que esqueceram de distribuir o número 25.
Carlos imediatamente retomou o astral anterior.
_ Joanita, a sorte decidiu te abraçar, amiga!
_ Que nada! Eles voltarão a sortear um número, não será o meu nem o seu.
_ 118, 118, 118... - Carlinhos começou a repetir.
Joana sorriu descrente.
_ Agora é pra valer, galera! O número sorteado é...
Alguns segundos de suspense, o locutor oficial do evento revelou:
_ 118!
As pessoas aguardaram o sortudo se manifestar.
Era uma sortuda, exatamente a simpática Joana.
A moça chorando nada conseguia dizer, porém Carlos não conteve a euforia, começou a apontar para a amiga e gritar:
_ Ela ganhou, ela ganhou! Eu disse que o meu sonho é batata, eu falei! Joanita ganhou, Joanita ganhou!
As pessoas, um pouco confusas, sorriram e aplaudiram. Joana e Carlos se abraçaram. Agora os dois estavam chorando.
_ Se depender de mim, Ritinha será sua esposa, Carlinhos!
_ Que legal, Joanita!
_ Vou deixar você ler o livro primeiro.
_ Não precisa, pois, eu sendo o primeiro, vou ter pressa para te entregar e...
_ Já sei! Um livro não pode ser saboreado com pressa.
Carlinhos, que foi impedido de falar as palavras que a amiga disse, deu risada.
Retornando feliz demais para casa, Joana indagou:
_ Por que tanta certeza de que eu ganharia o livro?
_ Foi aquela frase que eu disse, Joanita! Minha mãe costuma repetir essa frase o tempo todo.
_ Que frase, Carlinhos?
_ Você precisa acreditar!