saudades da selva

Estamos aqui com o tema sempre atual da degradação.

A nostalgia de uma era dourada. Pensar nessa era é ter

saudades da selva.

Solitude, solidão e solidariedade, não sei o que é isso, sei só

um pouquinho.

O esgotamento de propostas de mudanças, a

impossibilidade delas.

Um lugar que não existe, eis o lugar que nunca existiu.

O romantismo como um lugar cheiroso, uma grande cama,

lugar próprio para amar, o romantismo como o meu lugar.

A política... a governabilidade como desculpa para todo

tipo de falcatruas, ok: a ingestão de proteína animal teve

um acréscimo muito considerável, mas é preciso o sonho, e

o resgate daquilo que não somos, invenção de uma

civilização.

Locupletar-se, no poder, a falta de responsabilidade de nós

todos.

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Minha felicidade depende da felicidade dos outros, é tão

óbvio para mim, apesar de ser uma grande mentira.

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A religião não está por aqui, assim a fé, é busca de alívio,

de padrão moral e de progresso econômico, escambo é o

que ocorre, e é esse o caminho dos meus patrícios.

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O apoio aos bancos, leva a falência a civilização, ao fim do

mundo conhecido, todos os quadros serão vendidos aos

chineses, tudo bem, já vimos esse quadro antes.

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Aqui eu só gostaria de descansar e encontrar alguém para

sonhar.

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Ar, só um pouco de ar.

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A falta de bancos nas poucas praças. O Sol que não combina

com minha cidade, a ausência de sombras no passeio, vou

misturar-me às ondas humanas, aos caminhantes errantes

dos vales, aos artistas populares, a esquizofrenia

contagiante da gente mestiça, ao suor nas roupas

inadequadas.

O comércio é a medida das relações.

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Dentro dos carrinhos sem estilo, todos com a mesma cor,

eles, os outros, o alto clero, vão ao namoro , às trocas de

olhares de dentro de carros. Risível e previsível.

A alegria e a depressão une a todos, a noite a insônia é

companheira, eu também devo apelar ao Rivotril.

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Vejo a felicidade nos comentários de quem quer a volta da

ditadura, vejo a felicidade de quem ignora isso.Vejo a

felicidade de quem fatura com a ditadura, Conheço

entretanto a inocência perdida no olhar de quem se fudeu

com ela.

Vejo a felicidade de um sem número de imbecis,

principalmente vejo a felicidade dos imbecis.

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Escuto o tim-tim das taças de Veuve Clicquot. En passant o

lançamento da nova campanha da Lancome, me faz

despertar.Ser chic é um desperdício.

Aprendo o que é um moleskine. Aprendo muitas coisas,

enfim.

Saúdo a mendiga que caga na esquina e joga a bosta nos

passantes. Uma merda preta, fina e oleosa, de consistência

considerável. Ela segura o rolo de merda com firmeza e gira

o troço sobre a cabeça cantando um mantra, arremessando

em direção de tudo e de todos. Presto muito atenção a toda

merda, assim ela não esbarra em mim.

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O encarceramento a que submeto-me, minha abstinência,

minha loucura saciada em mim mesmo,tudo que tenho feito

para não deparar-me com a degradação, a minha e a de

tudo, a volta do parafuso, o lugar que nunca existiu, não

me leva alugar nenhum, me deixa aqui, ás vezes sorrindo,

sempre distante de mim e dos outros e de tudo que está

além.

Às vezes só rindo, só, tinindo em febre. Tremendo de medo

de olhar a janela aberta , que me chama.

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Hoje peguei um quebranto, foi a eleição do papa. Gente

sensível, sofre pra diabo. Tive uma ereção, mas já passou.

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A web 2.0 não livra a minha cara. a rede por trás da rede,

estou preso nela.

Meu superego é condescendente, meu id não me cabe.

Saudades da selva.