Sexo frágil
“Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda...”.
Esta é a frase que inicia uma famosa canção de Erasmo Carlos. Ele e centenas de compositores já homenagearam as mulheres em suas canções. Mas será que só isso basta? Ser fonte de inspiração para uma canção ou para um poema? Será que na realidade as mulheres estão recebendo todo respeito que merecem? Vamos analisar.
A História da civilização tem muito a revelar sobre as condições de submissão e inferioridade das mulheres desde os primórdios dos tempos. Mas não vou entrar nesse mérito porque a complexidade do tema exigiria um tempo absurdo para ser bem abordado. Só não posso deixar de mencionar que o fato de a mulher ter sido considerada inferior ao homem é o reflexo da ideologia patriarcal instituída há muitos séculos e que dividiu a humanidade em duas metades: superior/inferior ou dominador/dominado. A maneira como se estruturaram as relações homem e mulher influenciou as instituições, os valores, a direção da evolução cultural. Não foi à toa que criaram para as mulheres o estigma de sexo frágil. Foi para que elas ficassem quietinhas em seu canto, obedientes, subservientes, dóceis, mansas, disponíveis, fiéis, leais, conformadas, resignadas.
Só que os homens calcularam mal. Apostaram que tudo seria sempre igual e que as mulheres jamais teriam capacidade, ou teriam o topete, de virar o jogo. Mas elas viraram. E, mesmo que tenha demorado tanto, o resultado aí está: a mulher não só conquistou a independência pessoal como a profissional. Cada vez mais ela vem ocupando espaços em todas as áreas da sociedade: na política, na economia, nos mais variados setores do mundo do trabalho. Saiu de cena a mulherzinha frágil e burra para a entrada da mulher inteligente, competente, eficiente, decidida. A mulher que é capaz de opinar, de resolver, de discutir, de questionar, de confrontar, de discordar, de saber e de dizer o que quer e por que quer, e o que não quer e por que não quer.
Infelizmente nem tudo são flores. Há o lado ruim de todas essas conquistas. As responsabilidades, que antes se restringiam a cuidar do lar e da família, e que não eram poucas, agora se multiplicaram. Não tem sido fácil estudar, trabalhar, cuidar de si mesma, da casa, da família, tudo ao mesmo tempo. Além disso, a mulher tem de provar o tempo todo que é capaz de executar todas essas funções e ainda se manter linda e bem-humorada.
Não bastasse a mulher ter de provar sua capacidade de gerenciar a vida pessoal e a profissional, ainda tem de conviver (e saber administrar) com sua complexa natureza biológica. Erra quem pensa que o organismo feminino é apenas um depósito de sêmen e que possui um órgão para “armazenar” um bebê durante a gravidez. Exatamente por isso ele é um complicado conjunto de glândulas e hormônios (FSH, LH, estrógeno, progesterona, ocitocina, prolactina) e tantas outras substâncias que, muitas vezes, causam instabilidade emocional. Aí, dizem que mulher chora à toa, que vive estressada, que tem TPM, que é sensível demais. Queria ver um homem conseguir ser e fazer tudo o que uma mulher é e faz. Duvido que ele conseguisse trabalhar sentindo cólica menstrual.
A vida da mulher moderna não é mesmo fácil. Entretanto, penso que o ônus a ser pago vale à pena. Melhor do que ouvir de um marido porco e chauvinista: “Deite, que vou lhe usar.” (como dizia um coronel do seriado Gabriela, do romance de Jorge Amado adaptado para a TV). Ou então ter que pedir dinheiro a ele para comprar absorvente, calcinha e batom (é claro que a listinha de coisas essenciais é enorme, não se restringe a esses três itens e, com certeza, o marido diria que é bobagem gastar dinheiro com elas).
É verdade que ainda existem muitos machões inconformados e possuídos, não sei se de antigos conceitos ou do demônio, ou dos dois juntos, que ainda usam e abusam da mulher. Existem ainda os que batem, os que matam, os que perseguem. Existem os que não permitem que suas mulheres estudem, que trabalhem fora, que convivam com outras pessoas. Esses são casos de polícia, ou de psiquiatra. O pior é saber que há mulheres que se submetem à violência e não denunciam. Certo é que, enquanto houver mulher calada, haverá homem covarde.
O Dia Internacional da Mulher será comemorado daqui a alguns dias: no dia 08 de março. É uma data simbólica, mas muito importante. Porém, que esteja claro para toda sociedade e principalmente para a própria mulher: todo dia é nosso dia. Todo dia é dia de lutar, de conquistar, de aprender, de sonhar, de realizar, de amar, de se fazer respeitar, de construir uma vida melhor.
E, como iniciei com Erasmo Carlos, encerro com ele, esperando que suas palavras sensibilizem aqueles que ainda não reconhecem o grande valor de uma mulher.
Esta é a frase que inicia uma famosa canção de Erasmo Carlos. Ele e centenas de compositores já homenagearam as mulheres em suas canções. Mas será que só isso basta? Ser fonte de inspiração para uma canção ou para um poema? Será que na realidade as mulheres estão recebendo todo respeito que merecem? Vamos analisar.
A História da civilização tem muito a revelar sobre as condições de submissão e inferioridade das mulheres desde os primórdios dos tempos. Mas não vou entrar nesse mérito porque a complexidade do tema exigiria um tempo absurdo para ser bem abordado. Só não posso deixar de mencionar que o fato de a mulher ter sido considerada inferior ao homem é o reflexo da ideologia patriarcal instituída há muitos séculos e que dividiu a humanidade em duas metades: superior/inferior ou dominador/dominado. A maneira como se estruturaram as relações homem e mulher influenciou as instituições, os valores, a direção da evolução cultural. Não foi à toa que criaram para as mulheres o estigma de sexo frágil. Foi para que elas ficassem quietinhas em seu canto, obedientes, subservientes, dóceis, mansas, disponíveis, fiéis, leais, conformadas, resignadas.
Só que os homens calcularam mal. Apostaram que tudo seria sempre igual e que as mulheres jamais teriam capacidade, ou teriam o topete, de virar o jogo. Mas elas viraram. E, mesmo que tenha demorado tanto, o resultado aí está: a mulher não só conquistou a independência pessoal como a profissional. Cada vez mais ela vem ocupando espaços em todas as áreas da sociedade: na política, na economia, nos mais variados setores do mundo do trabalho. Saiu de cena a mulherzinha frágil e burra para a entrada da mulher inteligente, competente, eficiente, decidida. A mulher que é capaz de opinar, de resolver, de discutir, de questionar, de confrontar, de discordar, de saber e de dizer o que quer e por que quer, e o que não quer e por que não quer.
Infelizmente nem tudo são flores. Há o lado ruim de todas essas conquistas. As responsabilidades, que antes se restringiam a cuidar do lar e da família, e que não eram poucas, agora se multiplicaram. Não tem sido fácil estudar, trabalhar, cuidar de si mesma, da casa, da família, tudo ao mesmo tempo. Além disso, a mulher tem de provar o tempo todo que é capaz de executar todas essas funções e ainda se manter linda e bem-humorada.
Não bastasse a mulher ter de provar sua capacidade de gerenciar a vida pessoal e a profissional, ainda tem de conviver (e saber administrar) com sua complexa natureza biológica. Erra quem pensa que o organismo feminino é apenas um depósito de sêmen e que possui um órgão para “armazenar” um bebê durante a gravidez. Exatamente por isso ele é um complicado conjunto de glândulas e hormônios (FSH, LH, estrógeno, progesterona, ocitocina, prolactina) e tantas outras substâncias que, muitas vezes, causam instabilidade emocional. Aí, dizem que mulher chora à toa, que vive estressada, que tem TPM, que é sensível demais. Queria ver um homem conseguir ser e fazer tudo o que uma mulher é e faz. Duvido que ele conseguisse trabalhar sentindo cólica menstrual.
A vida da mulher moderna não é mesmo fácil. Entretanto, penso que o ônus a ser pago vale à pena. Melhor do que ouvir de um marido porco e chauvinista: “Deite, que vou lhe usar.” (como dizia um coronel do seriado Gabriela, do romance de Jorge Amado adaptado para a TV). Ou então ter que pedir dinheiro a ele para comprar absorvente, calcinha e batom (é claro que a listinha de coisas essenciais é enorme, não se restringe a esses três itens e, com certeza, o marido diria que é bobagem gastar dinheiro com elas).
É verdade que ainda existem muitos machões inconformados e possuídos, não sei se de antigos conceitos ou do demônio, ou dos dois juntos, que ainda usam e abusam da mulher. Existem ainda os que batem, os que matam, os que perseguem. Existem os que não permitem que suas mulheres estudem, que trabalhem fora, que convivam com outras pessoas. Esses são casos de polícia, ou de psiquiatra. O pior é saber que há mulheres que se submetem à violência e não denunciam. Certo é que, enquanto houver mulher calada, haverá homem covarde.
O Dia Internacional da Mulher será comemorado daqui a alguns dias: no dia 08 de março. É uma data simbólica, mas muito importante. Porém, que esteja claro para toda sociedade e principalmente para a própria mulher: todo dia é nosso dia. Todo dia é dia de lutar, de conquistar, de aprender, de sonhar, de realizar, de amar, de se fazer respeitar, de construir uma vida melhor.
E, como iniciei com Erasmo Carlos, encerro com ele, esperando que suas palavras sensibilizem aqueles que ainda não reconhecem o grande valor de uma mulher.
“...Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte
Mas não chego aos seus pés.”
Jamais tirei um dez
Sou forte
Mas não chego aos seus pés.”