A heroica vida de um Escritor Independente

A HEROICA VIDA DE UM ESCRITOR INDEPENDENTE

(Luiz Pádua)

O escritor é um transmissor de pensamentos técnicos teóricos transmitidos palavra por palavra para uma página até tornar-se um livro.

É o espinho de sua vida. Rico de inspirações, ele procura dar o que tem de melhor de suas idéias, procurando a melhor forma de transmiti-las ao leitor. Mesmo assim não são todos os leitores que entendem, ou compreendem suas palavras, alguns sim, outros, nem tanto.

Isso não é tudo! Depois de ele passar noites e noites sem dormir, tentando assimilar o que a mente lhe diz, ainda terá que procurar palavras técnicas literárias para se adequar à leitura do livro, ao tentar expressar da melhor maneira possível seus pensamentos, de tal forma que seus leitores possam entender suas teorias e assimilá-las. Depois de esmiuçar um tema ao quadrado, sobre novas idéias, novas teorias sobre determinado assunto, tudo será descarregado no papel para se tornar uma obra digna de ser absolvida pelos leitores.

Revisados os textos dezenas de vezes, (afinal já pensou ler uma palavra escrita assim: “xegar” depois de pronto ainda passa até meses procurando contornar detalhes para novas revisões, antes do original ser enviado à Editora. Mas não termina aí, há que se dar forma ao livro para ele ficar apresentável. Providenciar a diagramação do livro; tem que ser assim, ou assim; estudar a capa estética do livro; depois é a vez da Editora enviar o orçamento $$$$$$. Não é barato e há que se pagar adiantado pelo menos a metade do orçamento para a Editora providenciar a editoração. Terminado o trabalho de editoração, paga-se a outra parte para a Editora enviar os livros.

Então se verifica que o escritor passara noites e noites sem dormir, por meses e anos a fio queimando neurônios para dar o melhor de si, para muitos aprender coisas que ainda ignoram. Sempre se aprende algo, sejam nos livros de crônicas, contos, poesias, aventuras e daí por diante, qualquer leitura trará bons ensinamentos.

Vale dizer que você não é um escritor conhecido da mídia, ainda mais por ser o primeiro livro. Uma Editora Comercial nem lê seu original e isso é o mal, porque a Editora comercial publica divulga, paga despesas de lançamentos, distribui os livros nas livrarias, seu nome aparecerá em quase todas as feiras de livros, TVs Rádios etc.. Então o que fazer?

CONTRATO COM UMA EDITORA PARA EDITORAR SEU LIVRO

A primeira coisa a fazer é contratar uma boa Editora para editorar seu livro, mas tenha cuidado porque são muitas as Editoras que estão no mercado para dar o golpe. Geralmente elas exigem 50% do valor do serviço adiantado, para dar início ao trabalho e acabam sumindo com seu dinheiro sem entregar os livros, claro que não são todas. É evidente que você sendo principalmente “marinheiro de primeira viagem” já pagou a primeira parte da editoração exigida pela Editora.

A segunda desvantagem, em geral desconsiderada por autores de primeira viagem, é o que você vai fazer com os livros prontos. Lembrando que a Editora faz exatamente o que se propõe – imprimir o seu livro – e nada mais! Comercializá-lo é outra história; muito escritor descobre como é difícil vender seus livros, e nem sabe por onde começar. Afinal ele é um escritor, ou um vendedor? Sem contar o espaço que esses pacotes ocupam debaixo da cama, em cima do armário, no fundo da garagem e em quase todos os cômodos da casa. “Escrevi um livro e daí?

A terceira desvantagem é a falta de prestígio de mandar editorar e vender os próprios livros, ou pode ser também contornar a situação se conseguir bons profissionais de venda, não é fácil, mas pode-se tentar. O público em geral tende a encarar a obra publicada pelo próprio autor como amadorística ou de qualidade duvidosa.

A quarta desvantagem do autor independente é a de que o livro em geral não tem chance de caminhar pelas próprias pernas, mas precisa de sua assistência em cada etapa, mesmo tendo entregue o original a uma boa Editora para a editoração. Aí você vai ter de aprender um pouco de revisão, normalização, dar palpites em diagramação, decidir-se entre papéis, descobrir como fazer uma ficha catalográfica, e saber requerer um número de ISBN; como funciona deixar livros em consignação em livrarias, acompanhar tudo etc etc. Ou seja, transformar-se em todos os profissionais de uma editora comercial, para acompanhar e fazer os mesmos trabalhos de produção e comercialização de um livro. E o que você não souber ou não tiver tempo para fazer, não será feito. Existe em algumas cidades uma lei, cuja sigla é: LINC (Lei de incentivo à Cultura), porém pouco observada, deixando-se levar para vários tipos de cultura menos importante, ao renegar disfarçadamente a literatura. Mas isso é outra história.

Resumindo: o seu tão sonhado livro vai lhe dar uma tremenda dor de cabeça para dispor deles, que não será fácil.

Assim é a vida heroica de um escritor.

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 03/03/2013
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T4168983
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