"O GRANDE NINGUEM"

O GRANDE NINGUEM"

Eu sou o grande "Ninguem".

E meu grito atravessa timpanos e se perde no vazio.

Minha dor,é só minha dor.

Não há balsamo que cure completamente.

E eu que me achava forte.

Não conhecia a minha fraqueza.

Eu não conhecia o meu calcanhar de Aquiles.

Mas eu tinha um calcanhar de Aquiles.

Eu não era um gigante.

Também não era Aquiles.

Mas eu tinha um calcanhar.

Eu era o grande "Ninguém"

Tive o tendão ceifado.

Tombei!

Como um grande gigante tomba.

E o grito de meu tombo,só minha alma escuta.

Mas continuo a gritar.

Mesmo que os de olhos fechados,finjam não escutar.

O grande "Ninguem"continua,mesmo com o tendão ceifado,porque sei que não querem escutar.

Mas quando em seus leitos repousam,minha voz abafada,não lhes deixam dormir.