Precisa-se de Mordomos

Apesar de a economia Brasil, ainda sob as bênçãos do cavaleiro Lula e de sua escudeira Dilma, atingir quase o pleno emprego e a índices de crescimento e desenvolvimento, badalados pela mídia agraciada pelos custos da propaganda institucional, precisa-se de mordomos para a reconstrução da República Brasil.

Precisa-se, para a despoluição republicana brasileira, de mordomos e jornalistas com características semelhantes aos responsáveis pelo “Vatileaks”.

Precisa-se de mordomos e jornalistas que exponham as vísceras dos nossos Três Poderes e dos nossos partidos políticos.

Precisa-se de mordomos e jornalistas que vazem: as manobras e reuniões secretas para a manutenção do poder de grupos dentro dos partidos; as ligações perigosas e dos acordos firmados entre esses grupos dominantes; de como se tornam cada vez mais fortes, mesmo que, para tal, tenham que formar quadrilhas; e de como se transformaram em grupos vazios de projetos para a construção da nação brasileira.

Precisa-se de mordomos e jornalistas que exponham como nossas entidades de classe estão atreladas e dominadas por partidos e servem como massa de manobra, quer para fazer barulho, ou para ficar silenciosa, em função dos projetos de poder partidário.

Precisa-se de mordomos e jornalistas que exponham as vísceras do Executivo, mostrando: os porquês de uma estrutura inflada de ministérios e cargos de confiança com polpudas gratificações; de como o rateio dos ministérios entre os partidos, que permitirão apoio e governabilidade, não passa de procedimento estratégico, que resultará em pagamento em espécie, do mesmo jeitinho, de forma menos direta e em maiores valores do que o “Mensalão”. “Bônus Licitação”? “Propina de Investimento ou Custeio”?

Precisa-se de mordomos e jornalistas que exponham os labirintos do Legislativo: os caminhos subterrâneos de subserviência ao Executivo; o porquê do excessivo número de parlamentares; do emaranhado de privilégios regulados por e para si mesmo; a elaboração e aprovação de projetos de leis, que tornam legal a injustiça; o aprimoramento em tornar indecoroso o decoro parlamentar; o total distanciamento de suas ações em relação às opiniões e desejos dos eleitores; o voto secreto como máscara do carnaval parlamentar; e a elaboração de projetos de leis claramente corporativos elaborados para salvar comparsas pegos com “a boca na botija”.

Precisa-se de mordomos e jornalistas que, como mágicos, vão tirando da caixa preta do Judiciário: procedimentos e inúmeras possibilidades de recurso que constroem a impunidade e fortalecem a injustiça; peças encenadas para serem apresentadas pela TV, cujo roteiro implica na propaganda enganosa de que, agora, os “Honoráveis Bandidos” pagarão multas altíssimas e serão presos; as ligações perigosas que promoveram a maioria dos “cardeais de luto”; e certamente, muito mais que a impenetrabilidade da caixa preta dificulta a percepção.

Precisamos de mordomos e jornalistas que mostrem que: debaixo das vestes que caracterizam cada uma das instituições reside um ser da espécie humana; que qualquer outra organização se forma a partir do indivíduo; que nós seres humanos estamos longe, muito longe de sermos o projeto do Criador: sua imagem e semelhança.

Enfim para a despoluição da nossa República, para a construção da Nação Brasileira e até da Nação Universal, precisamos de mordomos e jornalistas que exponham nosso estágio de desenvolvimento meio homem, meio animal. Que, usando as figuras mitológicas gregas dessa natureza em transição, exponha que estamos muito mais para Minotauro, do que para Centauro. E, por isso, estamos limitado a construir essas caricaturas de civilização.

J Coelho
Enviado por J Coelho em 25/02/2013
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