O Pecado da Omissão -
Minha mãe, uma senhora de oitenta e oito anos, sempre diz que qualquer dia desses a casa vai pegar fogo. Fala isso porque minha irmã costuma dormir com a televisão e outros aparelhos ligados e para ela isso é um ímã para uma tragédia. Tirando fora seus exageros obsessivos, afinal ninguém desliga a geladeira para dormir, tenho que concordar com ela – mesmo não sendo certo e pouco provável, existe sim uma possibilidade. Que pelo menos então se faça um seguro contra incêndio.
Quando ocorre uma tragédia como essa de Santa Maria todos correm para buscar culpados – Ignorância, Irresponsabilidade e omissão sempre serão os maiores. Mas atrás desses conceitos o que existem são pessoas. Já que lidamos na vida com o certo, o provável e o possível, nossa opção em cada situação deve envolver essas premissas. Não é certo, nem provável que uma boate vá incendiar-se, mas possível é. E se é possível tudo pode acontecer.Mas apesar dos inúmeros exemplos já ocorridos -não só no Brasil como no mundo, não consigo entender como as cabeças das pessoas funciona, não levando em consideração o perigo latente. Somos tão poderosos que acreditamos que nada vai acontecer conosco.
Uma vez eu estava de férias em uma praia, com amigos. Fomos fazer um passeio de barco, chalana, não me lembro que tipo era. Só me lembro que uma das amigas resolveu criar caso – Onde estão os coletes salva-vidas? Nenhum colete estava visível ou invisível. Então ela disse: Sem colete eu não vou. Sei que muita gente a recriminou, estavam com pressa em sair para aproveitar o sol e o mar, mas ela foi irredutível e ficou claro que muitos a apoiavam. Não saímos enquanto os coletes não foram buscados e colocados em lugar visível e de fácil acesso. Não aconteceu nada, mas podia ter acontecido.
Quem é culpado pela tragédia de Santa Maria? Podemos fazer uma lista enorme, começando pelo proprietário da boate e/ou do prédio, pelo Poder Público responsável pela fiscalização e autorização de funcionamento e até pelos seguranças que dificultaram a saída (provavelmente não sabiam ainda do incêndio). Essa resposta cabe não a nós, mas aos responsáveis pelo inquérito. Seja qual for a conclusão o inquérito se arrastará por tempos e tempos. Mas ao encontrar os culpados, de que isso adiantará para quem morreu? De que adiantará para suas famílias e amigos? Nada. Mas...
É preciso que essas mortes coletivas não sejam em vão.
Que mais uma vez essa barbaridade que aconteceu entre na cabeça de nossos legisladores de todos os níveis e só saia de lá através da adoção de leis mais rígidas para prevenir acontecimentos semelhantes. Vem aí a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, diariamente inúmeros shows são realizados em Ginásios e Casas Noturnas, espetáculos teatrais de grande monta. Estamos sempre tendo ajuntamentos em lugares fechados. É obrigação de todos aqueles que se dispõem a cuidar da sociedade, cuidar realmente para que essas tragédias não voltem a ocorrer. Temos sempre que lembrar – nem tudo é certo, nem tudo é provável, mas tudo é possível. Chega de pecar por omissão.
Minha mãe, uma senhora de oitenta e oito anos, sempre diz que qualquer dia desses a casa vai pegar fogo. Fala isso porque minha irmã costuma dormir com a televisão e outros aparelhos ligados e para ela isso é um ímã para uma tragédia. Tirando fora seus exageros obsessivos, afinal ninguém desliga a geladeira para dormir, tenho que concordar com ela – mesmo não sendo certo e pouco provável, existe sim uma possibilidade. Que pelo menos então se faça um seguro contra incêndio.
Quando ocorre uma tragédia como essa de Santa Maria todos correm para buscar culpados – Ignorância, Irresponsabilidade e omissão sempre serão os maiores. Mas atrás desses conceitos o que existem são pessoas. Já que lidamos na vida com o certo, o provável e o possível, nossa opção em cada situação deve envolver essas premissas. Não é certo, nem provável que uma boate vá incendiar-se, mas possível é. E se é possível tudo pode acontecer.Mas apesar dos inúmeros exemplos já ocorridos -não só no Brasil como no mundo, não consigo entender como as cabeças das pessoas funciona, não levando em consideração o perigo latente. Somos tão poderosos que acreditamos que nada vai acontecer conosco.
Uma vez eu estava de férias em uma praia, com amigos. Fomos fazer um passeio de barco, chalana, não me lembro que tipo era. Só me lembro que uma das amigas resolveu criar caso – Onde estão os coletes salva-vidas? Nenhum colete estava visível ou invisível. Então ela disse: Sem colete eu não vou. Sei que muita gente a recriminou, estavam com pressa em sair para aproveitar o sol e o mar, mas ela foi irredutível e ficou claro que muitos a apoiavam. Não saímos enquanto os coletes não foram buscados e colocados em lugar visível e de fácil acesso. Não aconteceu nada, mas podia ter acontecido.
Quem é culpado pela tragédia de Santa Maria? Podemos fazer uma lista enorme, começando pelo proprietário da boate e/ou do prédio, pelo Poder Público responsável pela fiscalização e autorização de funcionamento e até pelos seguranças que dificultaram a saída (provavelmente não sabiam ainda do incêndio). Essa resposta cabe não a nós, mas aos responsáveis pelo inquérito. Seja qual for a conclusão o inquérito se arrastará por tempos e tempos. Mas ao encontrar os culpados, de que isso adiantará para quem morreu? De que adiantará para suas famílias e amigos? Nada. Mas...
É preciso que essas mortes coletivas não sejam em vão.
Que mais uma vez essa barbaridade que aconteceu entre na cabeça de nossos legisladores de todos os níveis e só saia de lá através da adoção de leis mais rígidas para prevenir acontecimentos semelhantes. Vem aí a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, diariamente inúmeros shows são realizados em Ginásios e Casas Noturnas, espetáculos teatrais de grande monta. Estamos sempre tendo ajuntamentos em lugares fechados. É obrigação de todos aqueles que se dispõem a cuidar da sociedade, cuidar realmente para que essas tragédias não voltem a ocorrer. Temos sempre que lembrar – nem tudo é certo, nem tudo é provável, mas tudo é possível. Chega de pecar por omissão.