TEREZA DÓRO, A HUMANISTA QUE FAZ FALTA!

O ser humano tem na sua essência o desejo de construir, de melhorar, mas, principalmente inovar. Muitas vezes essa manifestação, que ocorre quase que naturalmente, acaba se esbarrando em interesses diversos ou, conforme o caso, choca-se diretamente com vaidade pessoal e acaba gerando um sintoma de desarticulação de um trabalho, que muitas vezes, a duras penas vem sendo construído.

Lamentavelmente a OAB-Campinas tem sido palco deste espetáculo, que muito se parece com uma tragédia colocando em xeque, toda uma estrutura criada para zelar pelo bom atendimento e pela solução e encaminhamento de diversos casos relacionados aos Direitos Humanos. Tais soluções e encaminhamentos acabam por culminar com o engrandecimento de uma instituição que está muito acima de vaidades e projetos pessoais.

Falo a respeito da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Campinas (CDH). Somos advogados, membros desta Comissão, trabalhamos voluntariamente pois acreditamos nos valores da pessoa humana, e temos orgulho de podermos utilizar nossos conhecimentos jurídicos na defesa dos Direitos Humanos e na preservação do Estado de Direito. A ex-Presidente da CDH, Dra. Tereza Dóro, deu inúmeras demonstrações de sua capacidade de atuar na defesa dos Direitos Humanos, demonstrando e exigindo de toda Comissão que a todos fosse dado tratamento digno, respeitando o problema de cada um por mais simples que fosse. Nenhum caso, naquela Comissão poderia deixar de ser visto, nenhuma pessoa poderia deixar de ser atendida e em todas essas situações, a solução, a orientação e o encaminhamento sempre foram uma exigência incondicional. Diante desses casos nossa Presidente, após o atendimento lia e analisava caso a caso, por mais insignificante que parecesse ser e em todos eles se manifestava.

Sua atuação na comissão sempre se deu com dedicação pessoal, se predispondo, inclusive, a deixar de comparecer a uma consulta médica, para atender a reivindicação de um presidiário que solicitava a presença da CDH para demonstrar seu trabalho literário voltado à conscientização e a recuperação de criminosos. Para muitos esta atitude poderia parecer absurda, mas para a Vice-Presidente da OAB e a Presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos), perder algumas horas de seu dia para ver uma obra literária de um recluso, somente estaria colaborando para a recuperação de mais um ser humano, bem como através a divulgação de seu trabalho poderia envolver centenas de outras pessoas que viveram no mundo do crime. Para a Dra. Tereza, otimista e ferrenha defensora dos Direitos Humanos, aquela seria uma oportunidade de colaborar com a recuperação de um recluso e, através dele, poder envolver dezenas de outras pessoas em seu projeto literário de modo a colaborar com o crescimento da consciência humanista e humanitária.

Por essas e outras membros da CDH, nos sentimos órfãos da liderança expressiva de Tereza Dóro diante da Comissão, por conta de uma decisão ditatorial empunhada pelo atual Presidente da OAB – Campinas que fez valer seus projetos pessoais em detrimento de todo um trabalho construído, por conta de não aceitar a idéia de uma possível candidatura de Dra. Tereza Dóro à Presidência da OAB_Campinas, eleição esta, que somente acontecerá em novembro do ano 2003.

Temos pelo atual presidente Dr. Djalma um profundo respeito e consideração, afinal trata-se de um grande jurista, no entanto como eleitores da chapa que o elegeu na última eleição, não podemos deixar de manifestar nossa indignação por sua atitude em exonerar Dra. Tereza Dóro da CDH, afinal essa não é uma demonstração de equilíbrio e serenidade, características de grandes lideranças que tem como mister conviver com a democracia que pressupõem a pluralidade idéias e a livre manifestação de pensamento. Que Deus ilumine a todos nós e que possamos na companhia da Dra. Tereza, sermos os soldados da conscientização humanitária na batalha do dia a dia para fazermos prevalecer os ideais de liberdade e igualdade, elementos tangíveis dos Direitos essenciais da pessoa humana.

Luis Cesar Barão
Enviado por Luis Cesar Barão em 18/01/2013
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