A INQUIETUDE DA ALMA
Feitosa dos Santos
Existe coisa pior do que esperar alguém ou alguma coisa? Eu pergunto e respondo ao mesmo tempo. Não.
É insuportável ter de esperar qualquer coisa. Você imaginará: este nasceu sem a virtude da calma. E eu lhe respondo que não, sou até muito calmo, mas não gosto de esperar, não gosto de ficar parado, a não ser no momento que estou meditando.
Irrita-me aguardar os outros fazerem o que precisam fazer, nas suas individualidades, o que mais presenciamos nos meios profissionais. Cada um querendo aparecer mais que o outro, mesmo sabendo que no final quem mais perde com tudo isso é a coletividade.
No serviço público isto é uma constante, egos prestes a explodir, sedentos de elogios baratos e minguados aquinhoamentos de encargos. Isto é pouco, muito pouco para vender a alma ao diabo.
Falo isto porque ficamos horas a fio esperando decisões que não são tomadas a tempo e a hora. Ficamos presos nos nossos afazeres por falta de gestão, de decisão política.
Aqueles que têm o ego inflado sentem-se donos do pedaço, e deflagram o grito, que não é o do “Ipiranga”, mas o bestial, “hoje não se tem horário para sair”, o homem está esperando nosso trabalho.
Que homem? Que trabalho? Sabemos nós, que enquanto estamos preocupados com certas tarefas, os solicitantes destas, já há muito estão em suas casas, ou enchendo os sacos dos outros com politicagem. Enquanto isso os dedicados trabalhadores vão desfiando as longas 14 horas subtraídas do seu precioso tempo diário.
Agora digam comigo: é chato ter de esperar um amor que não vem, as horas que não passam, o feriado que não chega, o salário no final do mês, quando ainda se está na sua metade, a promoção esperada e nunca confirmada, a fila que não anda, os filhos atrasados, a boa vontade dos outros, a dor que não passa, o carona atrasado, ufa! Vou parar; como é chato achar chato o que é chato.
Que eu tenha a virtude da calma, para suportar as minhas próprias chatices e que as dos outros sejam só deles.
Rio, 03/01/2012É insuportável ter de esperar qualquer coisa. Você imaginará: este nasceu sem a virtude da calma. E eu lhe respondo que não, sou até muito calmo, mas não gosto de esperar, não gosto de ficar parado, a não ser no momento que estou meditando.
Irrita-me aguardar os outros fazerem o que precisam fazer, nas suas individualidades, o que mais presenciamos nos meios profissionais. Cada um querendo aparecer mais que o outro, mesmo sabendo que no final quem mais perde com tudo isso é a coletividade.
No serviço público isto é uma constante, egos prestes a explodir, sedentos de elogios baratos e minguados aquinhoamentos de encargos. Isto é pouco, muito pouco para vender a alma ao diabo.
Falo isto porque ficamos horas a fio esperando decisões que não são tomadas a tempo e a hora. Ficamos presos nos nossos afazeres por falta de gestão, de decisão política.
Aqueles que têm o ego inflado sentem-se donos do pedaço, e deflagram o grito, que não é o do “Ipiranga”, mas o bestial, “hoje não se tem horário para sair”, o homem está esperando nosso trabalho.
Que homem? Que trabalho? Sabemos nós, que enquanto estamos preocupados com certas tarefas, os solicitantes destas, já há muito estão em suas casas, ou enchendo os sacos dos outros com politicagem. Enquanto isso os dedicados trabalhadores vão desfiando as longas 14 horas subtraídas do seu precioso tempo diário.
Agora digam comigo: é chato ter de esperar um amor que não vem, as horas que não passam, o feriado que não chega, o salário no final do mês, quando ainda se está na sua metade, a promoção esperada e nunca confirmada, a fila que não anda, os filhos atrasados, a boa vontade dos outros, a dor que não passa, o carona atrasado, ufa! Vou parar; como é chato achar chato o que é chato.
Que eu tenha a virtude da calma, para suportar as minhas próprias chatices e que as dos outros sejam só deles.
Feitosa dos Santos