O que está por trás dos bispos, torres, cavalos, peões, reis e rainhas.

A gente mostra quem é de diversas formas. Pensando, falando, amando, trabalhando, viajando, enfim, tudo é "pretexto" para colocarmos pra fora um pouco do que somos. Ou do que gostaríamos de ser. Acho que uma das coisas que mais espelham o que carregamos dentro da gente é o jogo de xadrex. Mais do que uma "brincadeira" envolvendo peças num tabuleiro quadriculado, jogar xadrez revela facetas da nossa personalidade que até desconhecemos, ou não damos muita importância. E quando se observa isso com atenção, cada partida ficará mais interessante ainda. Alguns exemplos: arriscar uma peça como isca para pegar outra peça mais importante. (Ressalva: todas as peças no xadrez são importantes. Pode-se fazer uma rainha com o peão e ganhar o jogo). Imagina-se a reação do adversário e, encima dessa suposição, desenvolve-se uma estratégia para pegá-lo de supresa. Ou: concentrar o foco principal numa área para deixar outra desprotegida. Lançar uma isca para o adversário afoito que acabou de comer uma peça, para que tenha a ilusão de que está tendo sucessos um atrás do outro. Ou: cansar o adversário com sucessivos "cheques" para que fique só preocupado em defender o rei, permitindo uma ação letal sem saída. Outra possibilidade: começar mostrando-se fraco, desatento, só para que o oponente incorpore a figura do "já ganhei" ou "arrumei um adversário que não é de nada..." e, quando ele menos esperar, destroçar suas defesas até o golpe derradeiro. Jogo com meus filhos xadrez há muito tempo. E jogamos com peças e tabuleiro que comprei com meu saudoso pai, Gerd Silbiger, quando era moleque. Pode até parecer besteira, mas sinto meu querido pai próximo de mim e dos meus filhos quando estamos jogando. É como se a energia que ele passou pra mim, ensinando como cada peça andava, tivesse conseguido driblar e dar um cheque-mate nas leis da vida, para que se mantivesse perpetuado a cada novo lance.

Muitas vezes, quando jogo com o David ou a Júlia e percebo que estou sendo encurralado por algum deles, começo a suar, fico incomodado, sinto-me mesmo num beco sem saída real. E quando estou "ferrando" algum deles, armando uma cilada ou percebendo que estou detonando suas defesas, aí fica bom demais.

Xadrez é uma delícia. Experimente jogar "mergulhando" nesse mundo. Garanto que achará o máximo!

------------------------------------

visite o meu site www.vidaescrita.com.br

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 28/12/2012
Reeditado em 28/12/2012
Código do texto: T4057471
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.