Tô sofrendo de preção!
Pois é, o pintor sabe pintar, o governo sabe(?) governar, o professor sabe (?) ensinar,o escritor sabe escrever, o comerciante sabe cobrar, o comprador tem que pagar e assim por diante. O escritor Luiz F. Veríssimo sempre sabe onde está o local da ferida, para poder colocar o dedo sem errar... leiamos o quê ele escreveu:
*Eu tomo um remédio para controlar a pressão.
Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole.
Quero ver é controlar o preção.
Tô sofrendo de preção alto.
O médico mandou cortar o sal.
Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais.
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico.
Sério!
Não sei mais o que é real.
Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.
Não tem mais um Real.
Sem falar na minha esclerose precoce.
Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece! Aquela viagem? Esquece!
Tudo o que o barbudo presidente prometeu? Esquece!
Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time: - nas últimas.
Bem, e o que dizer do carioca?
Já nem liga mais pra bala perdida...
Entra por um ouvido e sai pelo outro.
Faz diferença...
"A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo"
Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio .
Então, meus amigos, o quê é que podemos fazer? Pagar o médico em prestações, já que o preção da consulta dele aumenta a pressão? Mas, se no fim do mês também não há sequer R$1,00 na sua conta, o jeito é pegar de uma surrada cadernetinha, levar promédico me dizer: Marca na caderneta! Era assim que se fazia, lá no armazém do Sr. Paquito Carrion e no açougue do Lazinho. Só que, em tempos modernos, seria necessário esperar o décimo terceiro. E, por falar nisso, me desculpem, tenho que listar as minhas contas todas, a ver se o 13º cobre. Se não cobrir, ficará a descoberto, paciência!
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