Sob Sete Palmos? Não, salvo pelo gongo!
Intriga-me a expressão sete palmos. Pelo menos nos dias de hoje, do que vejo em funerais, parece-me que a profundidade de uma cova é bem maior que os tais sete palmos. De qualquer maneira, eles causam terror a muita gente, sobretudo aos claustrofóbicos.
Apesar de toda a moderna tecnologia para detectar a morte, muita gente ainda tem medo de vir a ser enterrada viva.
O que me lembra outra expressão popular: salvo pelo gongo. Antigamente, para evitar que alguém fosse enterrado vivo, amarrava-se ao pulso do defunto uma cordinha que, passando sob a tampa do caixão, era deixada para fora da sepultura e ligada a um gongo. Cabia a um familiar ou amigo ficar de plantão ao lado da tumba. Caso o defunto vivesse, bastava um movimento da mão para que o gongo soasse e ele fosse desenterrado, salvo pelo gongo.
Hoje, talvez, fosse mais fácil um celular já programado para, com um simples toque, ligar para um determinado número e assim alertar a família de que o defunto estava vivo.
Surgem aí algumas dificuldades. Uma delas é que nem sempre e nem em todo o local há sinal para os celulares; se já é difícil dentro do elevador, imagine dentro de uma tumba. Outro problema é que, numa cidade grande, talvez o trânsito não permita que se chegue a tempo de resgatar o defunto. Além de tudo, o dono do número chamado pode estar com o aparelho sem bateria, desligado ou não ouvir o toque. Isto se realmente ele tiver interesse em salvar o defunto. Melhor mesmo confiar no gongo...