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Artigo de opinião sobre um fato ocorrido em Macau-RN, no dia 23/10/2012:
Eu fui plenamente contrário à candidatura de Kerginaldo Pinto para prefeito nessas eleições 2012 em Macau-RN, mas nada a ver usar o homicídio da irmã de sua atual companheira como manobra eleitoreira e difamação política.
Sendo assim, não é porque fui contra a candidatura do cara que, vou usar uma coisa que não foi culpa sua só pra queimá-lo politicamente. Isso ultrapassa as barreiras da crítica, do senso racional e da lógica. Ele não pode ser culpado por um crime que não cometeu. A questão é muito mais abrangente: é social, criminal e até antropológica, menos eleitoral.
Ora, o atual prefeito, Flávio Veras também está separado da esposa e, nem por isso, teve crime nenhum rodeando-o.
Esse caso é uma relação entre vítima e investigada. Não confundam. O fato de ele ter interferência direta na publicidade do fato é uma coisa; já em ter culpa, é muita ingenuidade e paixonite de uma ruma de gente que é contra a eleição do cara, pensar assim. É como o médico e amigo macauense, James Brito, disse: o efeito borboleta não cabe na explicação da vida real. E por ele ser médico e ter muito mais cacife do que nós pra tratar a questão norteada da existência sobre a vida e a morte, o aplaudo. E que fique claro, tanto James quanto eu, fomos contrários à candidatura do mesmo.
E como eu já disse: é uma correlação entre vítima e acusada. É problema para o poder judiciário, não executivo resolver.
A pessoa dele, por ele ter sido eleito, tem respaldo quanto à polêmica e a repercussão do fato. Já o fato em si, é uma relação que cabe à acusada, à vítima, à família da vítima, à polícia judiciária - polícia civil - e ao Ministério Público...
O fato ocorreu, a repercussão gira em torno dele, mas quem polemiza somos nós. Ninguém tem controle sobre polêmicas a não ser a opinião pública - nós. Então, acho injusto culpar o cara por um crime que ele não cometeu, pois mais que isso gere polêmica.
Morro dizendo: esse tipo de ato gera balbúrdia social? Gera, sim... A repercussão é inevitável? É sim. Claro, por ele ser futuro prefeito, o crime ter sido brutal e, Jamila, ser de família muito conhecida. Mas daí atribuir culpa ao cara, é no mínimo, falta de querer enxergar o que deve ser visto. Por que se o argumento é esse, a Gazeta do Oeste, por publicar matéria difamatória, assim como blogs e perfis fakes no facebook, também têm culpa, uma vez que fizeram por onde injetar na mente do povo essas coisas serem imorais e terem relevância política, cuidando de jogar na mídia e para o povo a ideia de uma infidelidade e descuido familiar do então candidato Kerginaldo.
Vejo também muita gente falar e apontar uma suposta moralidade em relação ao caso sucedido. Bom, a culpa moral será evidenciada se ele sentir remorso ou não... Se ele se sentir culpado. Caso sinta, será algo íntimo. Mesmo assim, não há correlação direta com a conduta e o resultado. O que vejo não é uma punição moral, mas uma sanção social – travestida no clamor social e na opinião generalizada adversa à sua eleição - em cima da pessoalidade dele. Isso eu discordo. Sinceramente, é muita ingenuidade e ressentimento.
É tudo polêmica. Vou dizer o que sempre digo quando a coisa se polemiza. Ex: eu escrevo muita coisa e assim que escrevo e noticio, na maioria das vezes, há polêmicas. Mas eu só tenho controle pelo que escrevo, opino e mostro ser a realidade. Controle sobre a polêmica, eu não tenho como ter. Essa culpa e controle são de quem polemiza: um clamor social enraizado no senso comum.
Vamos lá, o cara se separou da esposa e estava convivendo com outra companheira. É fato. Mas ele tem culpa por ser “bígamo”, não homicida. Eu ainda continuo achando ser ele o candidato menos gabaritado em relação aos outros que com ele concorriam: Rômulo, Odete, Eduardo e Wilson (embora Wilson e o PT tenham jogado sujo). Porém não é isso que faz dele um criminoso.
Outrossim, é muita confusão e polêmica tão-somente. Claro, porque queira ou não, o fato gera alvoroço. Mas Separe os fatos e analise: ele se separou da mulher e se casou com a esposa da vítima? Sim. Mas quem matou a vítima foi ele? Não. Agora, se querem fazer disso manobra de campanha e crítica eleitoral, é outro coisa.
Vou até arrogar, eu sou o único cara que aqui votou em Odete e defende o caso. Ou melhor, a realidade do caso. Tomara que isso sirva pra mostrar que eu tenho compromisso com a VERDADE. Porque já recebi até SMS dizendo que mudei de lado. NÃO, não mudei. Pois meu lado é o da verdade: o cara era o pior dentre os candidatos? Pra mim era. O cara é homicida? Não. Simples.
Daí falam da morte de Zé Filho como argumento para um caso desses e, dizem que é só pelo fato em si, não por campanha e eleição, uma vez que o pleito já passou. Não passou. Até porque ele não foi ainda diplomado e gente ligada à Odete, PT e Eduardo, dizem nos quatro cantos da cidade que pode haver outra campanha. Isso pegaria mal pro cara, pô. E é isso que muita gente quer: queimar o filme dele. Podem queimar, mas por ele não ter propostas, ter sido um mau candidato, ter coadunado com tudo que FV fez e faz, ter ele já usado de tática fascista em está fazendo propaganda de um governo que ainda nem começou ou até já dominar 99% da imprensa local, mas usar a morte e o sofrimento alheio de uma família para se sobressaírem, disso eu nunca concordarei.
Bom, e que fique claro, se tiver outra eleição e ele for candidato, não voto nele. Não mesmo. Mas falaram muito do falecimento de Zé Filho, e uma pataca de gente disse que Odete teve culpa. Não. Não teve e eu defendi. Desse modo, Kerginaldo, por mais que tenha falado bastante contra Odete pré-eleição, e feito muito joguinho, nunca usou desse artifício da morte de Zé Filho contra a então candidata. Então merece, no mínimo, reciprocidade... Só isso que estou dizendo.
Entenda, gente, a morte é sempre dolorosa. Existe uma família sofrendo. Isso merece, no mínimo, respeito.