A anencefalia no Brasil e o ato de votar!
Conta-se uma história de um lugar onde as pessoas que o habitavam viviam de uma cegueira inexplicável, na qual, de uma certa forma podiam ver, mas não podiam discernir o certo do errado.
Era uma “cegueira moral” por assim dizer. Mas, o que porém, vinha a agravar ainda mais essa deficiência, era o fato de as pessoas desse local serem donas de uma memória fraca e com surtos que ocasionavam as confusões de tudo o que se tinha passado, transformando benevolente em malevolente e assim por diante.
Por tempos essas terras foram ocupadas por homens do campo, xucros e sistemáticos, mas de origem humilde e tendencias bondosas. Mas claro que por aquelas terras também se habitava bandidos e salafrários. Desenvolveram-se com o trabalho árduo do campo até que os grandes patrões começaram a lhes roubar a dignidade. Muitos se revoltaram, muitos foram mortos, outros preferiram se mudar dali, formar família em um local onde a vagabundagem de “primeira estância” não sobrepusesse em cima de seus ombros calejados a força do dinheiro com o qual com muito gosto o destino lhes enfiou nos bolsos e rabo afora. Contudo, nessa contenda, permaneceu ali muitas famílias que buscavam abrigo nas asas dos soberanos, e por esses soberanos foram sendo cegadas aos poucos; no inicio com uma certa bajulação para que não espantassem aos demais, contudo logo depois vieram os abusos e tudo foi se tornando cada vez mais tenebroso.
Passada algumas gerações, os homens se tornaram súditos da Canalha Nobre por lei e ordem de um país que não acolhe os filhos como uma mãe faz em tempos de tempestade. Com o tempo, tudo o que se viu foi triste. Um povo desgrenhado, faminto, sem discernimento “entre escolher o certo” ou “me sujeitar para sobreviver”. Era de repente uma multidão entregue a “ indigência ideológica”, apodrecendo com a incoerência com as quais eles mesmos sustentaram. E o próprio homem é vitima de si mesmo, quando ele mesmo dá força àquele que o oprime, e, quando, em uma oportunidade quase que rara esse mesmo homem tem a chance de tirar o seu opressor do seu encalce, esse mesmo homem coloca o seu opressor de volta ao poder, num ato de descabido medo e pura ação inebriante da falta de intelectualidade em defesa de si próprio.
Entretanto, é sabido também, que nesse lugar de cegueira e anencefalia abundante, os governantes praticam uma forma muito eficiente de Censura. Aos invés de apenas colocar no tronco aqueles que não se sujeitam aos seus desejos, eles encontraram uma forma mais eficaz de calar o povo: Não os dando educação! Parece improvável, mas é simples e prático. Um povo sem uma educação de qualidade tem uma lentidão maior em se desenvolver como nação e se desenvolver como ser pensante, portanto, se não houver quem pense por si próprio, o governo pensa por esse povo. Mas acabamos por aí? É claro que não, pios a censura do governo é mais eficiente do que se pensa apesar de sua simplicidade. Pois bem, quando se tem uma nação "anencefalamente" predominante, é fácil manter o controle mental sob as mesmas, sendo assim, quando um outro ser pensante que venha a divergir de tudo o que está acontecendo ao redor ou sendo feito pelas “autoridades”, não é necessário que o próprio governo venha a o calar, pois a própria população em sua ignorância o julga de prepotente e visionário, louco, um ser qualquer que quer chamar a atenção, e assim, no decorrer do tempo, os pensadores vão morrendo, ou talvez, apenas se escondendo desses comedores de cérebros. Somos reféns de um governo canalha,corrupto, mesquinho que visa interesses individuais. Um governo que coloca homens em posições de igualdade muito diferente do que a lei sugere. Não! Nós não somos iguais perante a lei aqui no Brasil! Somos analisados por “cada peso ‘no seu bolso’ é o que diz sua medida”. Quanto a isso não podemos questionar. Mas questionar o que se nós não questionamos? Somos sim, o reflexo de um governo incerto, mas esse governo não nada mais do que a nossa própria imagem e semelhança, onde o criador e a criatura se confundem, pois não sabemos discernir quem é quem nesse imbróglio. Contudo é preciso ter um pouco mais de dignidade e pensar por si próprio. O homem tem que ser mais autônomo, e não ficar esperando, pois praticamente todos têm o direito e o acesso à informação, portanto, já chega de toda essa desculpa que temos dado ao longo dos anos. Vamos ser mais ácidos, mais polivalentes... vamos ser beneficiários e salvadores de nós próprios, não vamos esperar que alguém “especial” venha nos resgatar dessa miséria de pensamentos.
Não é preciso ser gênio para vermos que quem nos fode somos nós mesmos!!!