À FLOR DA PELE
Sensíveis somos todos, a tudo ao nosso redor, aos ruídos, aos ventos, à chuva, à noite de lua cheia, às sombras de uma noite escura, ao cheiro do mar.
Existem ainda outras formas de sensibilidade, cuja percepção fica mais a cargo das mulheres a maior parte do tempo, como a intuição, por exemplo. Já o homem, comumente vem com uma boa dose de sensibilidade ao ciúme.
Também somos sensíveis aos estragos que a vida faz, quando imponente chega arrebentando as comportas e nossos vitrais, e tal qual o mar em ondas bravias, revolve os extremos, e faz com que os mais profundos e recônditos sentimentos se espalhem por todos os lados.
Não há quem não se emocione com um simples adeus, ou que não exploda em alegria com o sorriso de uma criança, e mesmo os que não demonstram tais sensibilidades, jamais ficariam imunes ao despedir-se de um ente querido à hora da morte.
Existem aos montes, aqueles, sensíveis às palavras, à poesia e aqueles aos quais basta um olhar. E nessa frequência, a música ocupa lugar de destaque, pois toca as pessoas em profundidade, em todos os ritmos e não há uma única pessoa que não seja sensível a pelo menos uma nota musical ou ao canto de um pássaro.
Somos todos sensíveis, ainda, às belezas da vida, ao amor sem medida, aos beijos insanos, às loucuras todas, aos raios de sol, à brisa, ao brilho das estrelas, à beleza das flores, aos desejos, às gotas de chuva, ao cheiro de café, ao sabor das frutas e ao cheiro de terra molhada.
E mesmo aqueles que se dizem insensíveis, verdadeiramente não o são, pois sensibilizam-se ao avesso, quando se opõem às emoções, e ainda que assim não o fosse, certamente, tornar-se-ia inegável a sua sensibilidade, por exemplo aos sabores, aos aromas, ao calor e, em especial ao frio, que por vezes toma conta do seu ser, e justamente por essa "imensa sensibilidade a ele (ao frio)", é que, sentem-se insensíveis e por esse motivo, eu aqui, de maneira prolixa, os afirmo, sensíveis ao avesso, pois que, no auge da minha sensibilidade, os percebo como aqueles que darão equilíbrio àquilo que é invisível a todos nós, e simultânea e notoriamente tão evidente.