"O BRASIL NA AVENIDA" Crônica de Flávio Cavalcante

O BRASIL NA AVENIDA

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Assim é o nosso país de encantos mil. Abençoado por Deus e belo por natureza, onde a cultura transpira o suor mágico que desfila pela avenida dos quatro cantos do mundo. O carnaval, o futebol são referências que atraem turistas do mundo todo para visitas em nossos atrativos pontos turísticos.

Hoje em dia a televisão é também um veículo para a divulgação do nosso país através das novelas que abrangem a maior fatia do bolo do globo terrestre.

Cada horário semanal corresponde a uma estória elaborada e amarrada na busca de um maior ibope em cima das concorrentes que também buscam um lugarzinho ao sol.

No atual temos a novela Avenida Brasil, que vem numa explosão vulcânica de ibope, com uma trama de tirar o fôlego. Inclusive reviravoltas acontecem toda hora e o decorrer resultou numa cena de intriga entre a Personagem Carminha (Adriana Esteves), e Nina (Débora Falabella). Ambas com um talento indiscutível. A reviravolta de Carminha em cima da empregada Nina foi a cena que parou o país.

Ouvi telespectadores falando do capítulo mais esperado no momento da TV brasileira. “DA CABEÇA DE VOCÊS AUTORES E DE BUNDA DE CRIANÇA NINGUÉM SABE O QUE SAI”. Eu entendi perfeitamente o recado e concordei de imediato. Pois a trama desenrolou toda uma performance que a populaça quis ver, mas, na intenção de segurar a audiência, a cena se estendeu demais, esquecendo o respeito pelo telespectador, ficando num certo ponto maçante e cansativa. O autor João Emanuel Carneiro acertou em todos os pontos da novela pra segurar a audiência no horário nobre da casa que ele habita, mas foi notório que se perdeu em certo ponto, acrescentando outras tramas em cima de outros personagens secundários e o que era vilão passou a ser mocinho e assim sucessivamente. Houve excesso, mas, louvável pela responsabilidade de entregar todas as fichas de uma só vez.

Mas concluindo, é de uma responsabilidade imensa ter uma novela no horário nobre e o João Emanuel Carneiro foi um maestro, pois a estória chegou num ponto perigoso de desmoronar sobre sua cabeça, mas um autor inteligente arma tramas secundárias pra ocasiões como estas. É o que chamamos de subterfúgios.

Tanto na novela Avenida Brasil como em outros trabalhos da teledramaturgia brasileira expostos nas telas das tv’s do país, sempre deixam algumas mensagens no término de cada trama. Sendo que, umas são aproveitáveis para o dia a dia do telespectador e outras descartáveis. Ambas as situações refletem em comentários no começo da trama, nos meados e no final, mas por causa da grande produção que as emissoras apresentam em suas grades. As novas tramas na maioria das vezes confundem as cabeças dos telespectadores que acabam levando as mensagens das novelas anteriores para o vasco do esquecimento.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 20/08/2012
Código do texto: T3839801
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