Que Neymar, que nada!
Que neymar, que nada!
Recentemente vimos o cochilo olímpico da Seleção Brasileira de Futebol diante da bem organizada equipe mexicana, que culminou com a perda da tão sonhada e inédita medalha de ouro.
Na teoria era simples, apostar nos talentos individuais de Neymar, Oscar e Paulo Henrique Ganso. Como sabemos, a teoria não foi aplicada à prática.
Na estreia da Seleção nas olimpíadas contra o Egito, a equipe sofreu com o individualismo de Neymar.
Por várias vezes, o jovem atacante exagerou nos dribles pouco objetivos, proporcionando ao adversário contra-ataques perigosos, que sufocavam o setor defensivo brasileiro. Ao final do jogo, Neymar foi criticado pelo técnico do Egito.
"Às vezes tenho a sensação de que joga só por si mesmo, como que querendo demonstrar tudo o que pode fazer. É jovem e vai aprender", sentenciou.
No jogo seguinte, diante da Bielorrússia, após uma conversa com o técnico Mano Menezez e o capitão Thiago Silva, que o instruíram dizendo que a coletividade é muito mais produtiva e o caminho mais fácil para o ouro olímpico, Neymar se mostrou um jogador mais dedicado ao grupo.
Para o bem da equipe, Neymar deveria ser objetivo, sem prender de mais a bola. Entretanto, mantendo sua essência habilidosa.
Ainda contra a Bielorrússia, PH Ganso, que havia perdido posição para Oscar, entrou aos 20 minutos do segundo tempo e pouco fez. O craque que encantou o Brasil com seus belos gols e passes estava apático.
Vindo de operação após uma remanescente lesão no joelho direito, quando teve seu retorno aos gramados antecipado, na semifinal da Libertadores contra o Corinthians, o meio-campista andou em campo e permaneceu no banco até o fim da competição.
No meio-campo, Oscar, titular absoluto, vinha desempenhando magistralmente sua função, fazendo jus à aposta do Chelsea, que acabara de contratá-lo por R$ 80 milhões. Já estava em casa, apresentando-se para os britânicos. A torcida o aprovou.
Enquanto isso, na sombra do trio de jovens craques da Seleção – porque assim Mano o quis – estava Lucas Silva, ex-São Paulo e a maior negociação da história do futebol brasileiro, não à toa.
Contratado pelo Paris Saint Germain por R$ 108,3 milhões, o craque de 19 anos tem agora a oportunidade de jogar no mesmo clube em que Ronaldinho Gaúcho começou a encantar a Europa.
A escola francesa de futebol, com uma marcação não tão forte quanto a de outras escolas europeias, parece ser um ótimo lugar para Lucas, pouco aproveitado nas olímpiadas, aparecer, de fato, para o planeta com suas arrancadas fatais.
Com muita habilidade, velocidade, poder de marcação e objetividade, o jovem meio-campo, no Campeonato Francês, pode adiquirir a confiança que precisa para galgar o títtulo de melhor jogador do mundo.
A pouca utilização de Lucas, como na final contra o México, quando entrou apenas aos 39 minutos do segundo tempo, irritou o vice-presidente de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes.
"Espero que o presidente (José Maria) Marin faça a limpeza necessária", esbravejou o cartola.
Enquanto Neymar afirmava sua fama de “cai-cai” diante da torcida olímpica, o PSG tomava para si o craque Lucas, que nas categorias de base havia sido dispensado pelo Corinthians e, até então, era só a terceira opção de meio-campo da Seleção Brasileira.
O clube francês viu algo que Mano Menezes não conseguiu enxergar em Lucas: Um jogador importante para a conquista de um título; indispensável para uma equipe que quer ser campeã.
Talvez, os europeus sejam mesmo mais visionários no futebol que os brasileiros.
Como em epóca de Brasil Colonia, temos o ouro nas mãos e acabamos dando aos estrangeiros, literalmente.