Keep Walking
Todo mundo sabe que o amor não é só felicidade, tem lá suas mazelas. Qualquer ser pensante certamente já passou ou passará por fatídicos momentos de solidão.
Momentos esses causados pelo amor. É a ordem natural da vida. No entanto, sofrer é opcional. Existem pessoas que somente veem o submundo do sentimento. A depressão da meia luz invadindo o quarto.
Dentre experiências, poucas vezes vi indivíduos tornarem público as amarguras do amor como as (os) adolescentes. Geralmente, com menos de 18 anos.
Não é uma estatística exata. No entanto, empírica. Parafraseando, seria comovente, se não fosse cômico.
As redes sociais são o muro das lamentações do amor. Os desamores são lançados no mundo virtual, assim como num abismo.
Às vezes, como indiretas. Nunca diretas. Tampouco acertam o alvo. Ingenuidade.
O tráfego é constante. Atropelam inocentes. Os diários não têm mais chaves. Quanta infelicidade.
A própria companhia é tão ruim assim? Falam como se carregassem todas as decepções do amor sobre os ombros.
E só fazem, no máximo, quatro ou cinco anos que o desejo pelo sexo oposto despertou. Nenhum saldo positivo.
A dor passa a ser pública. Compartilhada até com estranhos. Deve ser sintomas do desespero imaturo. A busca por um escritor para ser uma espécie de porta-voz é desenfreada.
Na ausência de tal, a depressão amorosa é transmitida através de uma imagem que remete tristeza, acompanhada de uma frase depressiva qualquer.
Além de eminente tristeza, tornaram-se consumidoras/es compulsivas (os).
- Um Johnnie Walker para afogar as mágoas?
- Não, senhor.
Sem Essa. Muito jovem para ingerir bebidas alcoólicas.
- Duas doses, por favor. Uma de Caio Fernando Abreu e a outra de Tati Bernardi.
- Mas não os misture. Apenas vá com calma, jovem. Pode ser perigoso. Keep Walking.