OURO SOBRE O AZUL

Passeando por um sonho cheguei até a realidade, não a ficção em que vivemos, de injustiças, guerras e desencontros, mas a realidade da verdade e da inexistência do medo. A realidade onde o bom é fazer o bem e não falar; onde a beleza está em tudo, é um fato e não estereótipo; a realidade de poder sorrir para qualquer momento sem constrangimento; de acolher o carinho com liberdade dentro do coração.

Pelos caminhos do sonho não encontrei homens com poder de comando, com olhos de quem reprova, com músculos que intimidam, com fórmulas milagreiras que curam. Encontrei seres humanos simples, que pareciam de nada precisar além do que já eram. Homens humanos, seres reais.

A realidade da ficção está do lado de fora da humanidade, naquilo que podemos assistir e fazer. O falso homem é reprodutor de costumes, ele não cria nada porque disseram que ele é a criatura, que não pode progredir para dentro e precisa estar disponível do lado de fora, escravo funcional de si mesmo.

A ficção projeta sombras nas paredes das casas construídas para serem presídios dos sonhos. É preciso passar pelas muralhas e, para isso, não é preciso o uso de ferramentas, só da verdade, porque essas muralhas não existem no real. São ilusões, não são fumaças que dançam sobre o fogo e nem o vento que canta para o balé de girassóis.

A realidade é azul como o infinito céu da liberdade, a verdade é dourada como o calor dos raios que o sol produz.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 10/08/2012
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