32 - C Quel Injustice!
Antes,
lembro-me que
havia um pinto com a casca colada à cabeça,
cabotino e cómico,
personagem inventada da BD,
que andava sempre com um qualquer ‘quel injustice’ na boca,
Era um desfiar da ladainha dos seus infortúnios,
e que a falecida,
volta não volta,
sem infortúnios aparentes que o justificassem,
mas só ela o saberá dizer,
fazia recorrente uso.
Diga-se que com alguma graça.
Hoje,
à distância das brasas apagadas,
vejo que quem foi o pinto mal saído da casca, fui eu,
não ela.
Ribeira Grande
2 de Fevereiro de 2012
Mário Moura