30 - C Sumo doce de laranja
Muito aguentas,
Não sei como.
Não és nem novo nem velho,
mas já não rasgas o dente.
Dizes que faz caso, talvez por pudor,
Mas, não é assim,
quem dizes que faz,
não faz caso,
E quem faz,
dá-te cabo do sossego,
A tua mãe morreu,
a tua mulher
trocou-te por outro,
desististe de muita coisa,
e renunciaste a outras tantas.
Deverias estar derrotado,
caído na valeta,
mas eu vejo-te contente.
Que se passa contigo?
Deverias estar acabado!
Sei lá,
só sei que quando me espremem,
em vez de sair sumo azedo de limão sai sumo doce de laranja.
Ponta Delgada
31 de Janeiro de 2012
Mário Moura