A Guerra da Mentira
Elvis não morreu. Assim como a Guerra Fria também não. Basta ver o que aconteceu com o Afeganistão, com o Líbano, com o Iraque, com a Líbia, o que está acontecendo com a Síria, o que poderá acontecer com o Irã. Eles querem que acreditemos que a "Cold War" chegou ao fim. Mas não é bem assim, apesar da queda do muro de Berlin.
Pode haver outros, mas conseguimos hoje detectar os seguintes tipos de guerra: a convencional, a bacteriológica, a nuclear e a da mentira. Sendo esta última tão importante ou poderosa quanto as anteriores. Há forças no mundo que conseguem “virar a realidade ao contrário”, fazendo com que sejamos incapazes de admitir que eles estejam errados. E os que insistirem num posicionamento contrário ao que eles conseguiram que fosse comumente aceito, tornam-se pessoas não confiáveis e podem até literalmente “perder o emprego”. É o que acontecia com a Inquisição, que jamais podia ser questionada, de preferência nem em pensamento. É o que acontece em certos cultos pretensamente religiosos, onde a pessoa é submetida a uma lavagem cerebral, sem a possibilidade de emitir qualquer opinião pessoal, até porque no salão estão seguranças de terno e gravata, possivelmente armados. É só entrar e conferir numa dessas igrejas que proliferam em bairros pobres em número maior ou igual a lojas de materiais de construção.
A Guerra Fria continua na moda. Ou não teríamos expressões como “escudos anti-mísseis”, “cinturões espaciais” e outros com que as grandes potências batizam suas estratégias ou programas de auto-proteção.
A mentira nos leva a supor que não há qualquer perigo de uma guerra mundial. Tudo para inglês ver. Ou para latino-americano desavisado. Enquanto acreditamos nisso, continuam acontecendo os exercícios militares, o deslocamento de frotas nos oceanos, o posicionamento estratégico de bases militares, etc. Além de ridículos pretextos para a invasão desta ou daquela área.
O pior é que “a Terceira Guerra Mundial pode começar e ninguém estará sequer a par, porque não vai estar nas primeiras páginas dos jornais”, na visão do analista canadense Michel Chossudovsky, presidente do Centro de Pesquisa em Globalização (Centre for Research on Globalization). E nem pode estar na mídia, porque não interessa ainda à propaganda, uma das muitas variantes da guerra da mentira.
O cidadão do Brasil é um cidadão do mundo. Esta é uma imposição do mudo globalizado em que hoje vivemos. Como tal, este cidadão poderia ter como preocupação o dever de se antenar. Não ficar ligado apenas aos canais midiáticos convencionais (Globo, suas Al-Jazearas ou Al-Qaedas), mas buscar informações alternativas. Para não se surpreender um dia com mísseis passando de lá pra cá, eventualmente caindo aqui, enquanto ele procura saber porque o Ronaldinho está dando certo no Atlético e não deu certo no Flamengo.
Rio, 20/07/2012