A PAZ
Uma bandeira branca hasteada e acordos de cessar fogo assinados, não irão desarmar as mãos erguidas contra a paz. A guerra é a covardia vestida de coragem, manipulando os brios para pintar de vermelho sangue o branco da pureza.
A paz é uma semente que precisa brotar em cada coração e germinar em atitudes e ações, florescendo em um mundo no qual a arma mais letal é o sorriso.
Guerra não, brigas também não!
Não se faz guerra apenas entre as nações, mas com todo aquele que ergue a mão e esbofeteia a placidez da vida. A arma de fogo mata à sangue frio e à queima roupa tira do mundo o convívio amistoso. Estamos separados por fronteiras, por credos, economia, regimes e tudo o mais que segrega, contudo, nada justifica o sangue derramado nem as mutilações causadas pelo holocausto que é a guerra.
Um homem no chão é a paz chorando, clamando com as suas mãos limpas por trégua.
A guerra está espalhada, se armando em trânsitos congestionados, em ciúmes e separações de casais, em acordos escusos, em brigas de vizinhos (...), distribuindo seus tiros e fazendo vítimas com sua violência gratuita e sua voracidade atroz.
A paz de uma catedral é utópica, porém o convívio tranqüilo entre seres humanos é possível, basta existir em cada mão uma bandeira branca erguida e o respeito necessário; eis a condição de civilizados.
Mãos ao alto! A vida caminha com medo e assustada com as emboscadas da violência e, de quando em vez, cai com uma bala perdida que sempre acerta o alvo, mesmo estando sem direção.
A guerra criou suas feridas que até hoje sangram e as cicatrizes jamais se fecharão, pois não há acordos nem tréguas que risquem da história o mar de sangue revolto que ela deixou. A rosa negra nasceu e, com ela, os campos de mutilados e a terra viram brotar a erva-daninha do holocausto.
Precisamos soltar pela terra a pomba branca da paz e distribuir o Nobel para todos aqueles que estendem a mão e matam a guerra com o que ela mais detesta, a paz.
MÁRIO PATERNOSTRO