Não foi falta de amor...

[...]Não foi falta de carinho, de afeto. Não foi falta de vontade. Não foi. Foi falta de sabedoria para saberem lidar com os desejos um do outro. Falta de conhecimento para acertar os anseios um do outro. Foi falta de compreensão. Excesso de ausências, tolice e pequenas besteiras formando uma bola de neve cada vez mais veloz e crescente.

Não foi falta de amor. O amor sobrava, jorrava, transbordava, infindava. Não, não era nada disso. O coração ainda batia forte quando ouvia a voz. O sorriso do outro ainda vinha em suas mentes quando fechavam os olhos. A vontade de estar perto ainda estava ali. O que foi, afinal?

Pode ter sido qualquer coisa, mas amor não faltou. Do começo ao fim, não faltou em momento algum. E por mais que duvidassem disso, por mais que pensassem que o outro não o amava mais, o amor não faltou. Em nenhum dos dois. Não diminuiu, não acabou, nem ao menos balançou.

O amor estava ali, intacto, intocável, inabalável, imutável, intransfirível, invariável. O amor continuou. Mesmo quando os dois não queriam, mesmo quando não tinham mais esperança de reencontro. O amor estava ali. Firme, forte e incomodando, travando um gosto amargo, não descia, não subia, ficava ali. Entalado na garganta, mantendo um choro preso. Um vazio no estômago, um olhar vago, perdido.

Não foi falta de amor. Foi excesso de orgulho, falta de coragem e maturidade pra recomeçar.