Manhã de Domingo
Preguiçosa manhã de domingo. Pego meu cafezinho e vou à varanda do apartamento. Nas varandas dos edifícios ao redor moradores cuidam de seus vasos, tomam o café da manhã ou fazem nada.
O sol brilha, o céu está azul. Depois de vários dias de chuva, o ar é frio, fresco, claro, luminoso.
Ouço o silêncio, de quando em quando quebrado pelo latir de um cão, ou o trinar dos pássaros. Sim, pássaros existem e sobrevivem em meio ao concreto, pois há por aqui ainda várias árvores onde eles podem abrigar-se.
De raro em raro passa um carro. Famílias caminham pelas ruas, talvez indo à missa na igreja próxima. Pessoas passeiam com seus cães. Outras, de tênis e roupa de ginástica, fazem sua caminhada matinal. Vejo gente andando devagar, olhando à sua volta, apontando umas às outras aquilo que observam.
Como bolhas em taças de champanhe, borbulham pensamentos em minha cabeça. Com suavidade e até com certa elegância.
Amanhã, segunda-feira, eles virão aos borbotões, tentando ajustar cada compromisso a seu preciso horário. Frenéticas buzinas e ásperas freadas soarão pelo asfalto. As pessoas caminharão apressadas, sem nada perceber do que ocorre à sua volta.
Expulso este pensamento intruso, que quer quebrar o momento de tranquilidade antecipando o amanhã. E, saboreando meu cafezinho, feliz, despreocupada, aproveito a calma e a paz desta preguiçosa manhà de domingo.