...PRELUDIO EM SOL MAIOR, uma homenagem de uma leitora a Carlos Costa.

Link da página da autora no Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/autores/lilianeprado

Tenho pensando muito na brevidade da vida e nesses tempos de singelas esperanças aprendo, inclusive, que passear no ‘passado musical’ faz bem.

A música funciona como um processo de cura, um lenitivo, nestas horas de intensas melancolias. Dele provei em vários estágios da minha vida seja ouvindo, seja cantando, seja tocando.

Hoje, pela manhã, quando fui visitar a página de um escritor, a fim de conhecer e aprender com a obra dele, que é um cronista requintadíssimo, tanto no aspecto cultural quanto literário, deparei com três crônicas que trazem em seu bojo músicas inesquecíveis.

Depois de lidas, não conseguindo parar de cantar aquelas canções, que também conhecia, pus a me perguntar, qual música teria marcado a minha vida.

Percebendo que foram tantas, debrucei os meus olhos sobre meus passos e recordei uma música que me ‘assegurou’ na toma de decisão, num momento importante da minha vida.

São aqueles momentos quando o presente e o passado parecem suficientes para delinear o futuro e por isso é preciso mudar o jogo da vida; Quando se percebe que é preciso colocar as cartas na mesa, apesar do que ‘era doce e do que não era’; Quando se

vê, como ‘num vídeo tape’, que o ‘sonho acabou’, que o ‘sorriso sem graça chorou’ e, então, deve-se encerrar o jogo de cartas marcadas.

Verifiquei - “refletindo que não sou perfeita” - que meu subconsciente – que parece ter se tornado “um garimpeiro nas águas revoltas da terra, aonde o mal vai para o inferno e o bom vai para o céu” - talvez, na esperança que o tempo levasse para ‘o mar,

a bateia vencida’ - acariciava-me musicalmente. E, por isso, cantou, lá naquele passado:

..."Não dá mais certo, sinto por perto, hora de terminar. Pensei em tudo, mudo ou mudo, hora de terminar. Nem acredito que tenha dito o que vim pra falar, mas já é hora de ir embora, hora de terminar. Cartas na mesa, verdade, franqueza. Pago dobrado e perco calado".

..."Amanhã cedo, sigo sem medo, rumo ao entardecer. Viva ou não viva, vida sem vida, não vai mais me prender. De tudo um pouco, de santo e louco, soubeste me ensinar.

Aprendi tudo..."

E, com as cartas na mesa, na verdade, na franqueza, confirmei, outrora, que era momento de ‘começar de novo e contar comigo’, pois ‘nada do que foi' seria 'de novo do jeito que já foi um dia’. A música - assim como as crônicas do admirável escritor Carlos da Costa, a quem agradeço - nos 'cura da loucura' de não aprender com a vida e com elas*.

E, como elas** 'vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito’ e viver é um exercício de fé, prossigo a cantar 'a beleza de ser um eterno aprendiz'!

Liliane Prado

* elas (crônicas)

** elas (músicas e crônicas)

Crônicas do escritor Carlos da Costa:

_OS “SONHOS” DE PENINHA E OS MEUS

_DENTRO DE MIM MORA UM ANJO

_O BÊBADO E O EQUILIBRISTA” DA VIDA REAL

Músicas:

_Cartas na Mesa ( Moacyr Franco) - ‘Não dá mais certo, sinto por perto, hora

de terminar, pensei em tudo, mudo ou mudo, hora de terminar. Nem

acredito que tenha dito o que vim pra falar, mas já é hora de ir embora, hora

de terminar’...

_Garimpeiro (Moacyr Franco) - ‘garimpeiro nas águas revoltas da terra, onde

o mal vai para inferno e bom vai para o céu’; ‘tempo e o rio’; ‘o mar a bateia

vencida’;

_Balada nº 07 (Moacyr Franco) - ‘o que era doce e o que não era’; ‘num

vídeo tape do sonho a história acabou’;

_Como eu amei (Benito de Paula ) ‘reflito que não sou perfeito’

_Começar de novo (Ivan Lins, ) - ‘começar de novo e contar comigo’

_Tudo bem (Lulu Santos) - ‘mas o teu amor me cura de uma loucura

qualquer’;

_Como uma onda (Lulu Santos) - ‘nada do que foi será de novo do jeito que

já foi um dia’; ‘a vida vem em ondas, como o mar num indo e vindo infinito';

_O que é? O que é? (Gonzaguinha) - 'a beleza de ser um eterno aprendiz

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 15/06/2012
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