AMIZADES ESPECIAIS
A crônica “Amizades Especiais”, de Edna Lopes, é a inspiração deste emocionado comentário, que transformo em outra crônica com o mesmo título. Começo confessando que, não sei por que, nestes últimos tempos, passei a ser uma pessoa extremamente emotiva. Por qualquer coisa, estou (não tenho acanhamento de confessar), estou, repito, querendo chorar. Sempre fui um sentimental, e os meus textos confirmam isso. (Permitam-me informar que algumas pessoas – conterrâneos/as de minha geração - me disseram, verbalmente ou por escrito - que choraram ao ler alguns dos meus livros, particularmente “Minhas Lembranças de Mossoró” e “Crônicas Anacrônicas”), e alguns/algumas até os têm como “livro de cabeceira”). Não sei esta emotividade excepcional, agora, o que é: se é da idade, se é resultante dos meus problemas, ou sintoma de alguma outra coisa. Alguma premonição?
A crônica de autoria dessa criatura excepcional, Edna Lopes, que mora e também dá alento ao meu coração, ao lado de Ângela Gurgel e Antônia Zilma e outras queridas amigas (falta conhecer duas), todas presente de uma pessoa que Deus colocou na minha vida, através do meu filho Giovanni (que me pediu um exemplar de “Crônicas Anacrônicas” para levar-lhe), como se fora um especial “Papai Noel”, que nunca havia posto o seu presente sobre os meus “pés de anjo” deixados embaixo da rede (não sei se porque, desconfiado e ansioso, eu não me deixava adormecer, deixando um olho meio aberto), meu grande amigo Raimundo Antonio. Pois bem, essa crônica abalou as minhas já velhas e muito sacudidas estruturas ...
O que é que posso dizer-lhe, neste momento, Edna: só um comovido muito obrigado? Não! Necessitaria da inspiração de um poeta para poder expressar todo o sentimento de gratidão pelas repetidas manifestações de grande apreço que, desde que nos conhecemos, me tem demonstrado, suavizando os problemas da minha idade já avançada, já há muitos anos com estes cabelos brancos, culminando, agora, com essa crônica que são palavras de encantamento para a minha alma.
Não vou dizer mais nada. Acho que estou vivendo um sonho, diria até um sonho mágico, um momento de deleite e de emoção, que se eternizará em meu coração. Já são quase doze horas, meia noite. Vou me recolher, fazer o que tenho feito há mais de 65 anos, deitar-me ao lado da minha companheira desse longo tempo, daquela que é mãe dos meus onze filhos, a cada um dos quais vou entregar uma cópia desse seu poema, mais um testemunho que terão de que minha vida não tem sido em vão, e que, como disse o mestre e grande amigo, no seu belo e comovedor comentário, sou um patriarca de uma bela família, abençoada por Deus.
Obrigado, querida amiga Edna, e um grande e afetuoso abraço de
Obery Rodrigues