Futebol e estrelismo
Eu não entendo quase nada de futebol, mas entendo que o excesso de individualismo pode ser extremamente negativo e levar a um estrelismo exacerbado. E essa febre do estrelismo está se tornando muito comum entre os nossos jogadores. Podemos constatar muito bem vendo os comportamentos de Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e tantos outros. Não falo em Neymar, que ainda é muito jovem mas, que se não for bem orientado, pode incorrer nesse mesmo caminho: o do jogador-estrela, que joga para fazer espetáculo e pensa apenas em si, deixando o time de lado. Parece que virou moda bajular demais um jogador que começa a se destacar, dando-se muita ênfase ao talento e, lembremos bem, a grande maioria dos jogadores é de origem humilde, desacostumada a ser o centro das atenções. Antes de brilhar, ninguém olhava para eles, não é verdade? Não é fácil você, de repente, passar a ser assediado por fãs, clubes, empresas, programas de televisão e as sempre infalíveis "marias-chuteira".
O problema é que tanta bajulação pode levar os jogadores a confiar demais no próprio talento e no carisma e, nos tempos de hoje, tornou-se um hábito valorizar demais o talento e as aptidões naturais e desprezar o esforço e a determinação. Seria bom que todos lembrassem esses rapazes que talento, se é condição necessária para vencer, não é condição suficiente. Quem não conhece a fábula da lebre e da tartaruga? A lebre tinha mais talento mas, por confiar demais nele, perdeu a corrida. A tartaruga, com menos talento, venceu porque se esforçou. Muitos desses jogadores, em campo, vão fazer jogadas individuais, pensando mais em se destacar do que no seu time.
Futebol não é esporte para quem quer brilhar sozinho. Deve-se jogar pensando no time. Os jogadores andam sendo acometidos por uma espécie de egoismo. Em campo, eles pensam em jogar para ser as estrelas da partida e esquecem que estrelismo não marca gol nem leva um time à vitória. E vejamos o comportamento desses jogadores-estrela. Adriano, há tempos, não tem mais jogado nenhuma boa partida e Ronaldo Fenômeno, que ainda poderia estar jogando, aposentou-se após uma longa série de jogadas decepcionantes. Ronaldinho Gaúcho é um arrogante que adora promover baladas noite adentro e Neymar, que já é garoto-propaganda de várias marcas, precisa tomar cuidado e lembrar que um jogador não pode ser egoista nem colocar seus desejos individuais acima das necessidades do time e das suas obrigações como profissional. Ser jogador de futebol é assumir um compromisso e treinar, pensar nos companheiros de time, respeitar o técnico e o contrato. Egoismo faz tudo se atrasar e retroceder. Observemos a sociedade das abelhas. Por que as colmeias funcionam tão bem? Porque todas as abelhas trabalham juntas. Assim devem ser os times de futebol.