DESTINO CRUEL

Sim, era realmente um burro-de-cargas, só se lembravam dele para o trabalho pesado; além do mais, já estava cansado de ser conduzido pelo cabresto, como um burro-de-cargas. O patrão ordenava “José faz isso” a patroa “José faz aquilo” e ainda tinha as crianças,...

Mas agora estava disposto a fazer uso do mais importante atributo do burro: o coice! Ia dar um coice certeiro em tudo aquilo, mandar tudo pelos ares, ia morar na cidade grande.

Era Jovem, tinha coragem e sentia que tinha algo mais que o burro: tinha inteligência.

Coitado do José não sabia que na cidade grande passaria de burro-de-cargas a cão-sem-dono.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 15/05/2012
Código do texto: T3669987
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