si bemol..
http://youtu.be/ftJ-gJ-l5HQ
Meus amigos,por favor,não me emocionem sem me avisarem!
O leitor deve estar estranhando esta afirmativa,um tanto insólita...
Nós,seres pensantes,gostamos de ter toda a nossa vida sob nosso total controle e chegamos ao exagero de,muitas vezes na vida,nos programarmos para sermos bons,para sermos felizes numa determinada data,porém,sabemos que a vida não é bem assim.
Semana passada tivemos um feriadão e fiz planos para colher os caquis vermelhinhos da minha casa em Friburgo,mas,a natureza conspirou contra,à despeito de ter implorado a São Elesbão que brindasse com um tempo ensolarado.O jeito foi criar atividade alternativa.Procurei um filme bem antigo,um livro,pensei em aplicar cera de carnaúba em meus botões,fazendo-lhes uma “revisão médica ”,mas,nada me estimulava!
O jeito era recorrer aos compositores franceses Debussy e Maurice Ravel que,sempre me socorrem nestas ocasiões.
Amigo leitor,dentre conhecidas peças como ‘Claire de Lune”,“suíte mamãe gansa” ,identifiquei um concerto para piano de Ravel.Desatento,de forma inconsciente,botei o “tal concerto” para ouvir.Olhava,através a vidraça,os pingos da chuva caírem,lentamente,dos galhos da buganvília lindamente florida,com brácteas vermelho escarlates.O primeiro movimento da peça transcorria normalmente e não percebi que o tempo parou...Foi,então,que o adágio começou com o piano,como que narrasse um poema sem palavras...
Meus amigos,conforme disse no inicio desta crônica,não gosto que me emocionem sem meu prévio consentimento!Ravel não poderia fazer uma coisa daquelas...A flauta transversa entrou chorosa,queixosa no meio das cordas dos cellos,violinos e violas e súbito,minha alma em estado de sitio,implorava para que o piano não tocasse naquele si bemol,tecla escura,soturna...
Ravel,após uma breve pausa,fez com que aquele si bemol fosse executado!Tudo estava consumado!Solitário,ainda bem,pois não tive testemunhas de minha fraqueza,deixei que uma única lagrima umedecesse os olhos.
Meus amigos,estes compositores deveriam,à semelhança de “O MINISTERIO DA SAÚDE AVISA FUMAR FAZ MAL A SAUDE”,deixar um pequeno aviso:”Esta peça é contra indicada
à quem tem alma”,ou,então,”Leia com atenção a partitura da obra antes de ouvi-la”.Mesmo assim,aquele si bemol executado
quando o coração do ouvinte gemia,quase agonizante,com tamanha beleza,foi um ato cruel!
Não percebi que o concerto havia terminado...Quando voltei de minhas divagações,olhando através a janela,percebi que um fraco raio de sol iluminava o jardim...
ps Leiam Silvia Regina Costa Lima,Jaco Filho,Giustina
http://youtu.be/ftJ-gJ-l5HQ
Meus amigos,por favor,não me emocionem sem me avisarem!
O leitor deve estar estranhando esta afirmativa,um tanto insólita...
Nós,seres pensantes,gostamos de ter toda a nossa vida sob nosso total controle e chegamos ao exagero de,muitas vezes na vida,nos programarmos para sermos bons,para sermos felizes numa determinada data,porém,sabemos que a vida não é bem assim.
Semana passada tivemos um feriadão e fiz planos para colher os caquis vermelhinhos da minha casa em Friburgo,mas,a natureza conspirou contra,à despeito de ter implorado a São Elesbão que brindasse com um tempo ensolarado.O jeito foi criar atividade alternativa.Procurei um filme bem antigo,um livro,pensei em aplicar cera de carnaúba em meus botões,fazendo-lhes uma “revisão médica ”,mas,nada me estimulava!
O jeito era recorrer aos compositores franceses Debussy e Maurice Ravel que,sempre me socorrem nestas ocasiões.
Amigo leitor,dentre conhecidas peças como ‘Claire de Lune”,“suíte mamãe gansa” ,identifiquei um concerto para piano de Ravel.Desatento,de forma inconsciente,botei o “tal concerto” para ouvir.Olhava,através a vidraça,os pingos da chuva caírem,lentamente,dos galhos da buganvília lindamente florida,com brácteas vermelho escarlates.O primeiro movimento da peça transcorria normalmente e não percebi que o tempo parou...Foi,então,que o adágio começou com o piano,como que narrasse um poema sem palavras...
Meus amigos,conforme disse no inicio desta crônica,não gosto que me emocionem sem meu prévio consentimento!Ravel não poderia fazer uma coisa daquelas...A flauta transversa entrou chorosa,queixosa no meio das cordas dos cellos,violinos e violas e súbito,minha alma em estado de sitio,implorava para que o piano não tocasse naquele si bemol,tecla escura,soturna...
Ravel,após uma breve pausa,fez com que aquele si bemol fosse executado!Tudo estava consumado!Solitário,ainda bem,pois não tive testemunhas de minha fraqueza,deixei que uma única lagrima umedecesse os olhos.
Meus amigos,estes compositores deveriam,à semelhança de “O MINISTERIO DA SAÚDE AVISA FUMAR FAZ MAL A SAUDE”,deixar um pequeno aviso:”Esta peça é contra indicada
à quem tem alma”,ou,então,”Leia com atenção a partitura da obra antes de ouvi-la”.Mesmo assim,aquele si bemol executado
quando o coração do ouvinte gemia,quase agonizante,com tamanha beleza,foi um ato cruel!
Não percebi que o concerto havia terminado...Quando voltei de minhas divagações,olhando através a janela,percebi que um fraco raio de sol iluminava o jardim...
ps Leiam Silvia Regina Costa Lima,Jaco Filho,Giustina