O EGOISMO ESCRAVISA , O AMOR LIBERTA

Jamais havia me passado pela cabeça, o quanto é importante através das letras ver o sentido de tudo que é popular.

Mais interessante ainda é ver a essência de uma idéia formulada ganhar vida e se transformar num grande jogo de palavras tão sutil como um elefante entrando discretamente numa loja de cristais.

Depois de cinco décadas , tenho a sensação de só agora começar a entender os Drumonds, os Vinícius, os Taiguaras, os Caetanos os Chicos e finalmente os Betinhos da vida, sem falar em tantos outros que ficaram por aí parados na estrada com a bandeira na mão sem saber pra onde ir de fato, ou então aqueles como Chico Mendes que foram mortos por defender um ideal que visava o beneficio de todos.

São tantos os anônimos de boas intenções como estes que se fizeram, ou se fazem passar por gênios, e que talvez tenham ou estejam cansados demais de gritar alto e de todas as formas nestes oito milhões e meio de quilometros quadrados contra a fome, a miséria, contra a injustiça social em um país de injustos, corruptos mergulhados no mar de lama que só olham em volta do umbigo e que segundo consta e mostra o acompanhamento da história, tudo tende a acabar uma verdadeira latrina, ou qualquer coisa parecida a um albergue onde serão levadas e jogadas todas as coisa inúteis e vencidas.

São tantas fantasias escapistas que acumulam os intelectuais de merda com uma cultura descartável, que a tendência mesmo vai resultar a curto prazo em uma infindável soma de egoístas comemorando com danças paquidérmicas num palco que deveria ser de maior respeito.

Egoístas é que não faltam por aí nesse país de acomodados.

Somos acomodados porque permitimos ... porque consentimos... porque elegemos essa gentalha que nos deixa assim de mãos atadas...

Me refiro a categoria dos que engavetam projetos e matam sonhos, aos que não aprovam uma lei porque futuramente poderá ser punido por ela, aos que querem tudo sem abrir mão de nada e que oram o “ venha a nós , o vosso reino, e seja feita a minha vontade”...

E ainda há aqueles que são verdadeiros lobos camuflados em pele de cordeiro, sempre prontos a aniquilar um povo já quase sem força, cuja única arma é um voto. Assim agem os egoístas que tomam o mundo só para si e para os interesses próprios.

O egoísmo é um câncer que não mata, escraviza. E só o amor pode libertar.

Que a partir de agora todos os seres se voltem para o bem coletivo, e que os políticos não façam de nosso país, um grande banquete, onde somente os primeiros serão bem servidos e nós só encontremos um fundo de panela lambuzada.

Texto de Zilda Alckmin, - Atriz

Zilda Alckmin
Enviado por Zilda Alckmin em 02/05/2012
Reeditado em 02/05/2012
Código do texto: T3646420
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