Se a luz que há em tí forem trevas...
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! Ai dos que são sábios a seus próprios olhos, e prudentes diante de si mesmos!” Is 5; 20 e 21
O homem moderno nas asas da filosofia que diz ser ele, “a medida de todas as coisas”, já não consegue conviver com o Absoluto. Assim, ao sabor dos pruridos da maioria, e pasmem, até de minorias, relativiza tudo, de modo que o Bem passa a ser o “politicamente correto”, mesmo que seus valores morais ou espirituais afrontem às leis do Eterno.
Assim, a prostituição torna-se uma profissão a ser legitimada; para muitos, o aborto, um direito que a mãe tem sobre o “próprio corpo”; a liberdade de expressão; sagrada, mesmo ensinando o vício ou pornografia; as relações homoafetivas, se tornam famílias alternativas, às quais, objetar seria preconceito.
Aliás, poucos ousariam um texto como esse, afinal, estaria corroído pelo “ácido moral” como dizia Nietsche. Como estou dando uma banana para o “politicamente correto”, e não bebo na fonte daquele, ainda chamo aos bois por seus antigos nomes.
Qualquer pensador de mediano saber, defenderá que não é sábio “consertar” um erro com outro. Ontem o STF aprovou as cotas para índios e afrodescendentes, que um Ministro chamou de “preconceito benigno”, pois, visa corrigir distorções sociais.
A cada dez que entrarem por esse meio, outros tantos que adentrariam pela porta dos méritos serão barrados, em nome desse “resgate histórico” para com os beneficiados. Os escravagistas do passado fizeram a nojeira, e os que hoje nada têm com o pastel pagam (?)
Tudo a favor da ascensão dos afrodescendentes e índios, mas, deve se dar mediante melhores meios de qualificá-los, não diminuindo a altura do salto para chegar a universidade. Toda sorte de preconceito atenta contra a justiça, desconheço um que seja “benigno”.
Oba, agora estou quase falando a língua corrente! Acontece que, como tem sido usada a palavra, preconceito, padece certa anemia de significado. É ela algo tão mau, que todos se apressam a romper qualquer laço. “Não tenho preconceitos”.
Ora, igualmente eu, porém, sem uma ideia distorcida do que seja preconceito. Segundo o profeta Isaías, supracitado, essa relativização do Absoluto, equivale a chamar o bem de mal, e fazer da luz, trevas.
Já há, pois, uma decisão de bem e de luz, que acompanha a história humana. Adequar-se a isso pode ser conservadorismo, tradição, jamais, preconceito. Afinal, são conceitos que existem pré, nossa existência.
O que nós, ditos conservadores achamos, é que Deus realmente conta, e conta muito; a ponto de ser o legislador absoluto para nossas vidas.
Se alguém pensa que Ele não tá com essa bola toda, Ok. As chamadas “igrejas inclusivas”, voltadas ao público GLBT, estão aí, divirtam-se, sem preconceito algum. Embora me pareça estranho o fato de Deus não contar nada para ser obedecido, e ainda ser “cultuado”; para quê?
Mas, quem disse que tenho que entender tudo? A derrocada moral, não raro, atinge o intelectual; e muitos conseguem acreditar que pintando uma coruja de verde, ela será um papagaio; quem sabe, até “fale” um dia.
O mais sábio dos homens aconselhou: “Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Pv; 3; 5 e 6 Esse reconhecimento de Deus implica em correção de rumo, pois.
Quando grandes catástrofes como a tsunami que arrasou parte da Ásia há algum tempo acontecem, as pessoas perguntam: “Onde estava Deus?” Foi manchete de um jornal de Porto Alegre. Todavia quando gigantescas ondas da imoralidade tomam as ruas bradando que Deus não apita nada, ninguém ousa perguntar, onde está o respeito, o temor?
Aliás. Ele perguntou noutro contexto: “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor?” Mal 1; 6
Afinal, uma coisa é ser gay em privado, ninguém tem nada com isso; outra bem diversa é a ostentação provocativa ante uma sociedade que em sua imensa maioria não age assim. Inclusive desrespeitando imagens dos católicos, o que, mesmo não as cultuando, respeito em atenção às consciências alheias. Mas, a sociedade silencia em nome da “liberdade” de terceiros, mesmo tolhida na sua.
O mesmo Isaías dissera das causas dessas catástrofes que vemos:
“Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a aliança eterna. Por isso a maldição tem consumido a terra; e os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, e poucos homens restam.” Is 24; 5 e 6
Então, qualifiquem-se os egressos de minorias desfavorecidas, mediante os devidos meios; e viva toda sorte de liberdade responsável; e fora com os eufemismos que tentam travestir o vício de virtude!
“Você é senhor de suas escolhas, e escravo das consequências.” Pablo Neruda