Ah... Essa Vaidade...

De todos os pecados capitais, fico a pensar se o maior de todos não seria a vaidade. Tenho andado tão cética, que até a palavra pecado me causa repulsa por me remeter ao certo e ao errado a Deus e ao Diabo. Enfim... A Vaidade poderia ser então um dos males da caixa de Pandora, um vício e não uma virtude... Vaidade essa que nos mostra muitas vezes um reflexo não meu, não nosso, mas de nosso ego. Um ego fora do comum, um ego monstruoso.

Fiquei afastada por uns tempos do Recanto por problemas pessoais, sendo assim me dediquei mais à leitura. Leitura de alguns contos, de alguns romances de alguns escritores consagrados.

Além do prazer de caminhar pelos labirintos das letras desses universos, veio-me a conscientização de como podemos ser vaidosos, sequiosos de elogios e de comentarios e descuidarmos da qualidade do que escrevemos.

Fiz um ir e vir do umbral ao paraíso. Ah, essa vaidade...

Vaidade em achar que somos mais e mais, além do que somos. E não somos pouco, não pouco. Somos o que somos.

A vaidade é perigosa, tem duas faces, essa em achar que realmente há humildade em admitir a propria limitação e a outra, seu avesso. O absurdo de achar que a compulsão em escrever é talento.

No entanto, cá estou, ciente de estar presa entre as letras que teimam em escorrer dos meus dedos rumo aos vícios da boa e velha vaidade.