Por que tantas guerras?
Minha fonte de inspiração hoje foi o filme “Cavalo de Guerra”, brilhantemente dirigido por Steven Spielberg. Um filme muito bonito que faz os mais sensíveis como eu se debulharem em lágrimas.
Durante o filme refleti muito a cerca da guerra. Por que há guerra? Pessoas que poderiam ser amigas e companheiras se matam sem se conhecer, se odeiam sem motivo. A guerra leva os homens a exaustão, a agonia e ao desespero. Por quê? Em troco de que?
Sou uma verdadeira ignorante nas histórias de guerras do mundo, mas depois de assistir ao filme me perguntei muito sobre os motivos das guerras. Disputa por territórios? Fundamentalismo religioso? Inaceitação de diferenças?
Quanto a disputa por territórios, acho isso uma tremenda bobeira. Por que um território precisa ter um país dono e ser disputado? O mundo é grande o suficiente para oferecer um pedaço de terra a cada indivíduo, cada família.
Por que fatiar o mundo em diferentes países, diferentes leis e culturas impostas? Entendo que devem ser estabelecidas certas regras para poder dar uma ordem ao mundo, pois, caso contrário, viveríamos num tremendo caos já que, em parte, concordo que “o homem é o lobo do homem” (Thomas Hobbes). Entendo também a necessidade de haver uma fiscalização quanto ao cumprimento dessas regras, pelos motivos já muito bem descritos por M. Foucault. Não sou uma anarquista.
Acredito, porém, que “nenhum homem é uma ilha” (John Donne), necessitamos do outro, logo não sairíamos por aí destruindo tudo e todos desenfreadamente, sem motivo aparente (o problema é que muitas vezes esses motivos são muito pequenos para justificar a “lobisse” do homem com seus semelhantes). Por isso, o estabelecimento de regras tem também uma parte de caráter natural, não precisa ser encarado totalmente como uma imposição. Há diferentes formas de pensar, de se expressar, há diferentes culturas, porém isso não torna necessária a fragmentação do mundo em vários países e muito menos a disputa entre um país e outro. Se a divisão por países representasse a divisão das diferenças entre os indivíduos que compõe a humanidade, então cada indivíduo representaria um país e essas duas palavras se tornariam sinônimas. No entanto, isso não ocorre. Por que disputar os territórios que pertencerão a cada país? Deixe que as pessoas se enquadrem nas regras que mais lhe convém; deixe que as pessoas ocupem os territórios que acreditem ser melhor para si. Para que tanta burocracia, tanto controle? Deixe as coisas acontecerem de forma um pouco mais natural.
O mesmo raciocínio cabe para a discussão da problemática das guerras provocadas por fundamentalismo religioso, um claro exemplo de inaceitação das diferenças.
Não existe essa de aceitar ou não as diferenças. Cabe apenas se conformar e ponto. Elas existem, sempre existirão, aceite você ou não, e sinto-lhe informar, mas você não pode mudar isso. A sociedade pode até parecer estar cada vez mais padronizada, mas as diferenças continuam presentes e continuarão sempre, graças a Deus. Então, por favor, pare de tentar fazer o mundo ficar igual; pare de brigar e fazer guerra por isso. Usufrui dos sentidos que Deus lhe deu para perceber essas diferenças, vê-las, escutá-las, senti-las; usufrui dos neurônios que você tem para processá-las e aprender com elas. Aproveita os pontos que você considera positivos e alerte-se com aqueles que você considera negativos para que não os reproduza.
A religião, seja ela qual for, prega o amor e ensina, seja da forma que for, a praticar esse amor. Então, se você tem o vício por padrões, veja ai um ponto comum para facilitar seu respeito ao diferente. Quem sabe a fé e a religião não foram criadas justamente para ajudar a controlar o instinto do homem de ser o lobo do homem?
Uma música que pode servir de pano de fundo a esse texto é “Imagine” do John Lennon.
(reconheço a polêmica desse texto e possíveis contradições ao longo dele, porém o objetivo é justamente gerar reflexões, portanto, nada melhor do que polêmica para tal).