Super-Heróis fardados e o Poder da Imbecilidade!
Os Super -Heróis reais também usam uniformes, outras vezes, apenas ternos caros e gravatas de grandes grifes. No quartel general se confundem em meio a tantos outros como apenas mais um. Seus poderes são extensos, começam no alto escalão, com os chefes de Estado, com a ordem dos supremos, e vai até a ralé de baixa patente, que utiliza do seu poder outorgado para sugar a energia necessária de sua existência precária para que possa, no decorrer do seu dia-dia, lança-la contra os “bandidos” opressores e afirmar a si mesmo de que é maior que o cidadão comum.
A existência da maioria desses heróis se faz de forma precária, confusa, difusa e “intrusa”. São tidos como um mal necessário, mas confundem essa teoria com um necessário mal. De quando em quando um ou outro é julgado, e vai preso, mas isso é um fato raro, pois existe na cúpula os que lhes encobertam, que estão ali para transformar os erros em atos de pura benevolência influenciada por rebeldias alheias... muitas vezes o ato de pensar é interpretado como rebeldia. Contudo, como eles não podem se dar ao luxo de serem colocados contra a parede sem que os que reivindicam não vejam algum resultado, por vez ou outra eles escolhem alguém da corporação e lhe cortam a cabeça – fato raro – entretanto o mais comum é um pequeno sermão para que o herói se sinta constrangido e coloque o rabinho entre as pernas. Pronto! Está feita a maquiagem visual da qual necessitam externar para a sociedade, que acaba esquecendo os equívocos do repreendido e o mandam de volta para o combate ao crime. Ledo engano daqueles que acham que o corretivo tenha passado pelo seu caráter fazendo com que sua conduta mude no tratamento com o cidadão comum, encarando de uma forma mais honesta todos aqueles que o necessitam. O mais corriqueiro de tudo é que a vontade de vingança corra por seu sangue, e com os ecos da reprimenda que levou, ele espanca na penumbra aqueles que lhe convém, que o lembre de certa forma, o seu inquisidor ou acusador. A atenuante está no fato de que nesse momento, em que ele desfere o seu punho protegido pelo Estado contra qualquer um, ele não está violentando apenas a parte física, mas a moral e o racional do ser abusado, o que tende à uma repulsão ainda maior a esses heróis. Posteriormente que tudo se finaliza no ato de humilhação da moral do inocente, eles voltam para suas viaturas, sentam-se lado a lado e riem da situação vangloriando de um para o outro como são “machos”.
Olhando por um ponto de vista repensado, nós somos reféns de nossos heróis, que sequestram a nossa dignidade por muitas vezes, roubam nossa voz, estupram nosso pensamento e escarram na cara da nossa liberdade concedida por direito! E quem, no fim das contas deveria nos resgatar, cobra de nós – e não deles – uma conduta mais exemplar, como se o “ir e vir” fosse um ato marginal. A generalização é uma covardia, e assim como essa covardia é feita contra mim e muitos outros por nos enquadrarmos em estereótipos dos quais não os agrada, eu também os julgo como um estereótipo opressor, mas nesse caso, a minha agressão vai em forma de palavras, enquanto a deles, vem em forma de intimidação psicológica e física. E, infelizmente é possível ver esses estúpidos arrogantes rindo com os seus uniformes bem passados e a barba bem feita, recebendo de mim e de você, a verba necessária para que continuem nos humilhando como se todos fôssemos parte de uma quadrilha organizada para derrubar o poder. Então eu me pergunto: “Que poder? “ e os fatos me respondem: “ O Poder da Imbecilidade Arbitrária!”