QUEBRA DE CONDUTA!?

Um senador da Republica é acusado de envolvimento com um grupo de contraventores. Segundo gravações realizadas pela policia federal, o senador poderia estar trocando informações acerca de investigações, sigilosas, sobre o grupo, com o suposto chefe. Sem contar que o senador, ainda, estaria ajudando este contraventor a nomear pessoas de sua confiança como integrantes ao governo de um certo estado.

O senador, é claro, nega os fatos. Confirma conhecer o suposto chefe do grupo contraventor, no entanto, alega não saber de suas atividades ilegais. Apesar de ser amigo do mesmo.

O que eu achei mais interessante nesta situação foi a atitude do advogado de defesa do senador, que, criticou a atitude da policia na investigação, alegando que a mesma utilizou-se escutas ilegais, haja vista que, segundo ele, uma investigação contra o senador só poderia ocorrer com a autorização do STF (Supremo Tribunal Federal), e, como isso não ocorreu, as provas nada valiam ou seja, as provas contra o parlamentar são nulas.

Bem, não entendo nada de Direito, no entanto, o fato de que tais provas não tenham valor jurídico, em nada impede o julgamento público deste senador. O fato da nulidade das provas em nada absolve o parlamentar da sua suposta conduta irregular, perante os olhos do eleitor. Portanto, a justiça pode não agir neste caso, mas nós devemos sim agir com a única arma que temos, que é o nosso voto. O que não devemos fazer é olhar para esta situação com os olhos do advogado desconsiderando as provas angariadas pela polícia, e, simplesmente absolver o senador de sua conduta, supostamente ilegal e imoral.

Ao ver as desculpas do advogado logo me lembrei da história de uma mulher casada, que, cansada de ser traída pelo marido contrata um detetive particular para investigar a vida dele. Depois de dias de investigação, ela, com inúmeras provas da infidelidade do mesmo, promove um jantar para ali, lavar a roupa suja, jogar nele as provas de sua infidelidade, e, acabar de vez com a farsa do seu casamento.

Tudo correu muito bem, então, após o jantar ela colocou um DVD onde mostrava o marido com a amante, sem deixá-lo respirar direito, ela ainda mostrou-lhe fotos do casal, e algumas gravações telefônicas com as juras de amor trocadas por ambos.

O marido, estarrecido com a situação, colocou as mãos no rosto e chorou. Chorou copiosamente. Desesperadamente.

A mulher ia dar o golpe final, sairia de casa. O largaria para sempre. No entanto antes da ultima frase dela, ele, sério olhou nos olhos dela e disse:

- Eu não acredito... Não acredito que você fez isso comigo. Não acredito que você teve a coragem de me fazer isso. Eu... Eu... Desculpe, é que eu estou sem palavras. Você... Você... Você me traiu! Você traiu a confiança que eu tinha em você. Meu Deus! Como você pôde fazer isso comigo? Como você pôde fazer isso comigo depois desses anos todos? Depois destes anos todos de casados, como você foi me trair assim, pelas costas? Tirar fotos minhas. Filmar-me. Tirar a minha privacidade gravando minhas conversas telefônicas. Você é um monstro! Como eu pude me casar com você? Tantos anos de casado, tantos anos de dedicação, e, eu não te conhecia. Como eu fui idiota! Como fui um bobo! Tonto! Tantos anos juntos e sequer conhecia minha mulher. Sequer conhecia esta mulher fria e traidora que estava escondida, bem debaixo do meu nariz. Que facada você me deu! Que facada pelas costas! – A mulher não entendia nada do que estava acontecendo, afinal o traidor naquela sala era ele, mas ele continuou. Chorando. Mostrando-se decepcionado. – Isso dói sabia? Essa traição foi demais para mim. Foi demais. Desculpe, mas achei que você fosse honesta. Achei que você fosse uma pessoa boa. Nunca sequer imaginei que você seria capaz de uma atitude como esta. Atitude baixa. Desleal. É decepcionante. Decepcionante. Meu casamento, quero dizer, nosso casamento foi uma farsa. O tempo todo, uma farsa. Uma mentira. Mas, Deus é bom, e, graças a Ele, agora a mascara caiu, e eu, pobre coitado, descobri realmente quem você é. Descobri a traidora que você é. Traidora! Megera! Traíra! Sua... Sua...

A mulher desesperada, sentindo-se realmente a pior das pessoas, abraça o marido e o beija. Desculpa-se pelo o ocorrido. “É uma fase ruim” diz ela. “Estamos em crise, mas, passaremos por esse momento e venceremos”, continua ela chorando arrependida, como uma criança, após cometer uma arte.

Ele a perdoa, e, claro, promete melhorar, mas, não antes de ela prometer que nunca, nunca mais vai “traí-lo” de novo.

Marc Souz
Enviado por Marc Souz em 02/04/2012
Código do texto: T3590579
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