Egocentrismo

O alarido invade meus ouvidos ofendidos. Quero silêncio. Não tenho.

Ainda é manhã e vespertino. Talvez até anoiteça, madrugue. Não sei.

O barulho continua. Eu continuo. Queria poder parar os dois. Dormir? Acho que não. A vida me chama. Só a queria um pouco mais silenciosa. Estou sensível! A poeira me incomoda o nariz, a claridade os olhos, o barulho... Maldito!

Quero silêncio de música escolhida. Quero o silêncio de livro preferido, quero o silêncio de amigos queridos por perto, quero o silêncio de estar em casa, em família. Quero o silêncio da agenda fechada. O silêncio de sonhar de olhos abertos, de escolher o que contemplar, quero o silêncio do sol de outono sobre a pele...

Quero discrição, segredo, intimidade.

Quero esquecimento.

Quero lembrança.

Quero de novo o mesmo.

Quero! E-go-ís-ti-ca-men-te!

Um outro lugar que não seja aqui.

VALERIA DA SILVA
Enviado por VALERIA DA SILVA em 30/03/2012
Código do texto: T3585695
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