Crônica cultural.

CRÔNICA CULTURAL.

Por Honorato Ribeiro.

Muitos pais de família se preocupam em colocar os filhos em boas escolas ou aprenderem alguma profissão. Mas não se preocupam que eles deverão ser o modelo para os filhos, pois, é do lar autêntico que nasce e cresce o cidadão a cidadã. O cidadão é quem vive na cidade. Não é qualquer um que poderá ter esse nome de cidadão, cidadã, embora a nossa Constituição afirmasse que todo indivíduo no estado de seus direitos e deveres que é cidadão brasileiro. Mas ser cidadão, cidadã, não depende de legislação de lei, mas de formação cultural. Sem cultura o ser humano desassocia-se e perde o sentido real de que é mesmo ser cidadão. Quem é arrogante, preconceituoso, prepotente poderá ser considerado como cidadão? O cidadão tem que ter a honradez de ser perfeito na ética e na moral. Deixou de sê-lo, perder-se-á o título de cidadão. Por isso Ruy Babosa escreveu um texto profético. Eis aqui na íntegra: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” Onde está o cidadão nos poderes constituídos, nesse País? Quem é que tem o pudor, a qualidade de se envergonhar de perder a honra? Essa é depredada, é pisada com o sapato sujo de lama e escandalosamente sendo o prato do dia a dia nas notícias dos jornais, revistas e TVs. Ser cidadão não é mérito de ninguém e nem tampouco privilégio. È dever de ser, pois, para isso nascemos. Eu tenho um samba que compôs e que em um dos versos diz: “Quem não vive para servir é melhor não existir”. Ao não ser cidadão ou cidadã é indivíduo morto socialmente, embora exercendo até poderes no poder político. Ainda que seja privilegiado pelo partidarismo, mas as manchetes derrubam a “camélia que caiu do galho”. Essa é uma frase de uma marcha de carnaval dos anos de 1906 e é cantada até hoje. É uma crítica aos que, por corrupção saia do poder. Hoje, há muitas camélias que caem do galho todos os dias nesse País da impunidade.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 30/03/2012
Código do texto: T3585127