Killer girl
Vejo cada segundo que se passa como em um livro. Quanta gente tola. Observando sorrateiramente tudo que me convém. Como um bom Eu-lírico, narro cada um de meus pensamentos obscuros para mim mesma. Quantas pessoas, quantos movimentos repetitivos, quantos pensamentos distintos.
Agrado-me em observá-las. Como fontes vivas de inspirações, de minhas decepções, de certo ponto onde se torna irrelevante sua existência.
A cada equívoco observado transforma-se em um riso interno que deixa o meu corpo tremulo por uma fração de segundos. Julgando-os mentalmente, vulgarizando-os em meu subconsciente promiscuo. Sinto-me tão bem em fazê-lo, és minha alegria diária, talvez até a única.
Não faço parte desse mundo, eu resido em mim mesma, em minha própria mente e esse é o meu lindo e promiscuo lar. Não escuto suas palavras e não lhes dou sequer alguma das minhas. Melhor relacionamento? Inexistente.