Proletariado descartável e reciclado

“Conhecemos por proletariado, a classe dos operários assalariados modernos que, não possuindo meios próprios de produção, reduzem-se a vender a força de trabalho para poderem viver.” (Nota de Engels à edição inglesa de 1888.)

Atualmente, uma resposta como essa de Engels, requereria uma visão mais abrangente sobre o trabalho. Felizmente, mudanças ocorreram e com tais mudanças, o tempo trouxe na bagagem um ar de “liberdade.” O importante é saber também que, enquanto muitos na sociedade não têm trabalho, muitos também fogem desse compromisso.

Vários países adotaram uma melhor expectativa em relação a isso. Agora, no Brasil, andamos com as mãos amarradas e a cara diante de uma regressão trabalhista.

Arranjar qualquer tipo de coisa para se fazer é normal. O que chamamos de bico é um resultado de poucas vagas para trabalho e também por um mau interesse gerado pela má fase de desenvolvimento em nosso país. Grandes fábricas, multinacionais, empresas de pequeno porte, utilizavam cada vez menos a mão humana para os benefícios e a produção. Isso de uma maneira ou outra possa ser distinguida em questão do tempo. Uma máquina elabora um afazer em poucos segundos ou horas. Um ser humano em média, não consegue atingir tal limite. As máquinas substituem as pessoas principalmente em trabalhos de grandes escalas, transformando o proletariado em mera opção.

Catadores de latinhas, papelão e outros meios recicláveis, atuam como coadjuvantes do sistema fraco de trabalho brasileiro. Em suma, nossa sociedade se vê dependente desse processo tão áspero em questão de qualidade tanto em trabalho (Se é que se pode chamar de trabalho), tanto em qualidade de vida.

Ter uma independência trabalhista é bom, é ótimo. Algumas pessoas podem pensar que esse “trabalho” de colher latinhas e papelões nas ruas venham a ser desprovido de qualquer atuação burocrática. Acontece que não. Há um domínio da burguesia muito grande fazendo dos catadores escravos de mão de obra barata. Ganhar dez centavos por uma lata de refrigerante equivale o triplo no bolso das indústrias de refrigerantes. Ou seja, o porcentual do capital recebido por catador é muito pouco ou quase nada. Essa é a visão atual. Nosso país sempre dependerá da utilização dessa mão de obra. Mesmo com milhares de invenções, o brasileiro terá que vender sua força de trabalho.

A grande disputa entre o proletariado e a burguesia nunca terá fim. Enquanto houver a palavra consumo, seremos consumados.

Lucas Alves de Araújo
Enviado por Lucas Alves de Araújo em 20/03/2012
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