Quero meu cigarro mentolado
A decisão da Anvisa, de proibir a fabricação e venda no Brasil de cigarros aromatizados, para evitar que eles estimulem a juventude ao uso do tabaco, é obscurantista e retrógrada.
Não conheço as causas econômicas, sociais ou políticas, além das pressões de movimentos antitabagistas, que levaram aquele órgão do Ministério da Saúde a adotar essa medida, que representa mais uma tentativa do governo de monitorar os hábitos dos cidadãos brasileiros.
É “como afirma Rousseau:” “O homem nasceu livre, mas, por toda parte, ele vive sob grilhões.” A cada dia, ocorre uma tentativa de suprimir a liberdade do homem ou de monitorar o cidadão, como é o caso dessa decisão da Anvisa.
Pesquisas realizadas no mundo inteiro revelam que a retirada de sabores, principalmente menta, chocolate, morango e cravo, dos cigarros não reduz o consumo e a demanda inicial dos jovens pelo tabaco.
Os cigarros de sabor menta, há décadas consumidos no Brasil, oferecem pouco risco de câncer aos consumidores. Tenho um amigo que fuma o Benson mentolado há décadas, e ele raramente pega uma gripe ou fica doente. Já tem quase 80 anos de idade. Eu mesmo gosto de fumar socialmente o Dunhill mentolado cristal.
Se os sabores mascaram o vício, deveria a Anvisa proibir a venda de bebidas alcoólicas e refrigerantes e alimentos enlatados,que utilizam sabores artificiais muito atraentes , mas sabidamente cancerígenas, e que causam imensos males à saúde.
Poderia, ainda, a Anvisa investir contra os produtos eróticos proibindo a venda de calcinhas, vaginas, pênis e camisinhas de sabores variados de frutas, pois eles estimulariam, em última análise, a propagação da AIDS.
Às vésperas da Copa do Mundo, medida como essa afetará muitos torcedores estrangeiros, que trarão cigarros contrabandeados, causando muitos problemas para as autoridades policiais, que já têm coisas mais importantes a fazer, como combater o crack e outras drogas.
Mas, o cerco aos fumantes tem sido implacável, tomando-se por base que o fumo é o ponto de partida para outros vícios. Não conheço os dados a esse respeito, mas há tantos outros vícios capazes de estimular o consumo de drogas... Vamos combater o café, o chocolate, os refrigerantes, o açúcar, a cachaça, a cerveja, o vinho, etc. Assim construiremos nosso Brasil beato em pleno século XXI.