Forrobodó no balacubaco do tererê

Letras que incitam o alcoolismo, a pornografia e o desrespeito à mulher. Um vírus contaminante com letras na maioria incultas. Numa manobra do mal, estão destruindo a cultura musical que já ganhou o mundo: o forró, Baião, Xote, forró pé de serra. Os nossos ritmos viraram troco de cachaça. Uma indústria formada por ignorantes donos de bandas, sócios-proprietários de casas de shows, promotores de evento.

E nas Altitudes e Frequências Moduladas, ou por canais televisivos que não tem criatividades, locutores e apresentadores são induzidos pelo mando influente, a executarem determinados sons desse gênero, sujando por desinteresse, a arte teatral da música.

Os ritmos, harmonia e melodia são praticamente iguais, sem criatividade e sem classe poética. Algumas com palavrões, falta de decoro e múltiplos sentidos. Cantores (as) estão mais preocupados em gritar os nomes das marcas de patrocínio do que realmente cantar os seus pobres repertórios. São tantas bandas ruins que começam mal já com o próprio nome de fantasia, e ainda, acumulam lixo e entulhos literários de autores debochados e decadentes.

Saudade dá do verdadeiro forró das belas poetizações que retratam as coisas simples, honrosas e bonitas do sertão! Ainda bem, que à bem do bom, aquilo que foi feito está registrada na discografia e na memória cultural de muita gente boa.

Não dá nem pra comparar banda de forró com poesia. Já imaginaram essas bandas cantando José de Alencar, Carlos Drummond de Andrade, Raquel Queiroz, Monteiro Lobato, Mário Quintana ?

Hoje, tornou-se extremamente insuportável ouvir ridículos bordões como: TCHÊ TCHÊ TCHÊ, BARA BARA BARA... BERE BERE BERE... e tantas repetições de TERERÊ TERERÊ . E as ridículas expressões “SOU RAPARIGUEIRO”, “SOU DA PUTARIA” e a tolice: “BEBER, CAIR E LAVANTAR”. E por aí vai pior. Sem comentários!

Jogam essas porcarias no povo que, só sabem ouvir isso, só conhecem isso, cantam junto com a banda “preferida”, compram essas merdas e ainda pedem mais. Então, o que seria, hoje em dia, conceito de música ruim ou boa? Alguns sabem mas não praticam! Há tempos que não nasce um compositor que saiba fazer a diferença sem ter vergonha e sem ter medo da mídia, com firmeza naquilo que se propõe a escrever.

Essas letras musicadas e péssimas que não agradam, só agridem, eu não chamo: composição, mas sim, decomposição.

George Lemos
Enviado por George Lemos em 19/03/2012
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T3563314
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