Uma triste realidade
As mulheres, por terem mais expectativa de vida, são mais numerosas do que os homens.
O aumento da população idosa ampliou o número de instituições existentes.
O ideal seria a opção de manter os idosos em família, possibilitando-lhes manter a independência, porém perto daqueles que lhe são caros. Importante para uma melhor qualidade de vida,seria a manutenção e estreitamento dos vínculos afetivos,pois quem tem o aconchego familiar dura mais.
Um dado curioso é com relação à situação das classes pobres e da classe alta. Ambos permanecem com seus idosos juntos. Os primeiros, porque o rendimento da aposentadoria daqueles é muitas vezes o único rendimento da família. A classe alta os mantém junto,pois dispõem de condições financeiras para contratar quem os ajude a atendê-los em suas necessidades , em seus próprios lares.
Segundo as pesquisas realizadas, a classe média, embora tenha uma situação regular, esta se mantém a custa de seu trabalho, não sobrando tempo para atendimento do idoso, quando este requer cuidados maiores,atendimento especial, acompanhamento mais intenso, em função da perda de autonomia. Recorrem, então, às instituições, para abrigá-los.
A população encontrada nas instituições é constituída por idosos do sexo feminino, entre 70 e 89 anos, de cor branca, viúvas, solteiras, de procedência rural, em grande parte, católica.
Os idosos que não aceitam sua condição, não resistem, entretanto, os que se adaptam e se integram vivem mais e até melhoram a situação dos demais ao seu redor.
Quando idosas, as pessoas repetem os comportamentos que tiveram ao longo de sua existência. Isto é,aqueles que vivem com bom humor,paciência, tolerância,que são de fácil entrosamento e sociabilidade,assim serão quando idosos.Quem foi de difícil relacionamento,que habituou-se a reclamar,a viver isolado,repetirá este comportamento.
Com relação à situação sócio-econômica do idoso asilado a maioria possui família, quase 50% possuem filhos,são de baixa escolaridade,trabalhos não especializados,de baixa renda,muitos não chegaram nem a se aposentar.
Sabemos que aquela pessoa que consegue viver de forma plena, associando saúde física e psicológica, com qualidade de vida, bons relacionamentos familiares e sociais, com desenvolvimento e crescimento espiritual, intelectual, emocional, com equilíbrio entre trabalho e lazer, entre direitos e deveres, entre dar e receber tende a esperar a manutenção desta situação e condição quando idoso. Quando chega a hora da contrapartida,sonha que seja dentro destes parâmetros.É uma conclusão simples,sem qualquer cunho estatístico ou científico,mas real,baseada nas coisas simples, na natureza.Quem planta limão,não pode esperar colher flores. Porém, há aqueles que plantaram jardins na alma e infância de seus filhos e recebem, quando idosos um pé de limão. Alguns até conseguirão fazer uma limonada.Outros mais fragilizados,não.E viverão o tempo que lhes resta na amargura.
O que é triste é ver que aqueles cuidados que são dados aos bebês, todo o carinho dispensado, atenção, tempo, horas de noites mal dormidas, preocupações com seu desenvolvimento, esforço para proporcionar o melhor, dentro das próprias condições, e muitas vezes, acima de tudo isso, não são recompensados com o devido carinho e atenção ,quando mais necessitam, no final da vida.
Cada vez mais temos que investir não na construção de obras arquitetônicas gigantescas, mas na construção de elevadas obras espirituais, afetivas e emocionais, para que tenhamos um ser humano melhor, mais generoso, mais solidário, mais sensível, mais completo, mais sadio, sobretudo, mais feliz e com mais capacidade para amar e promover mais harmonia ao seu redor.