Shopping?
Leio uma coisa ali outra aqui, sou uma leitora compulsiva, confesso. Algumas vezes comento, outras não. Um dia desses deparei-me com uma crônica sobre os shoppings. Bem feita, por sinal.
Mas parei a pensar de minha aversão por esses monumentos ao consumismo. Nada, nada me desagrada tanto quanto ter que ir a um deles. Revira-me o estômago, minhas mãos suam frio. Não, não tenho um problema com multidões, tenho problemas com shoppings.
Nas raras vezes que a eles me dirijo, quase que obrigatoriamente, vem-me um zumbido aos ouvidos, a sensação de ser uma estranha no ninho.
Lojas e mais lojas, produtos a todos os gostos. A luz artificial a ferir olhos, ar condicionado, estacionamento, seguranças, tudo me incomoda. Pessoas vagando como baratas hipnotizadas em um armazém de secos e molhados com seus tonéis abertos.
Não sou afeita à compras, talvez essa seja a raiz do meu desagrado pela fileira de vitrines e seus bonecos a exibir roupas, sapatos, bolsas, etc... Quanto mais olho, mais mergulho em um turbilhão de estranhamento e cansaço.
As praças de alimentação são em geral todas parecidas, comidas padronizadas e franquias. O barulho ensurdecedor tira-me o apetite.
Das poucas coisas que me atraem nesses monumentos capitalistas são os livros quando há livrarias nesses locais. Mas não são todos que primam por esse público, infelizmente.
Já o cinema, é outro atrativo que aprecio, mas ao pensar que estão dentro dos benditos shoppings acabo desistindo e optando por um filme em casa.
Decididamente o melhor da ida aos shoppings é o retorno deles. Saio de lá com a sensação de um dever cumprido e com minhas penitências em dia.