INFÂNCIA DESVIRTUADA
Aos 11 anos de idade eu não passava de uma menina tímida, ingênua, inocente. Ainda não pensava em namorar, só queria saber de desenhar, pintar, estudar e, claro, brincar. Meu primeiro amor (lá pelos 13 anos) foi platônico, o garoto nem sonhava que eu estava apaixonada por ele, aliás, nem mesmo eu sabia o que era aquilo que estava sentindo, aquele alvoroço sacudindo meu coraçãozinho adolescente. Mas só comecei a namorar aos 15 anos, e não foi com esse menino.
A propósito, no dia em que completei 15 anos, fui submetida a um verdadeiro ritual de passagem: depilação, sobrancelhas, unhas e cabelos cuidados com esmero; um saltinho mais alto no sapato; a primeira maquiagem; um vestido lindo ressaltando os atributos físicos da nova mocinha que se tornou visível e atraente... Tudo muito suave, como o desabrochar de uma flor que exala o seu perfume delicado.
Hoje em dia, as meninas mal saem das fraldas e já estão se maquiando, falando em namorados, caricaturando danças sensuais, vestindo-se e comportando-se como se adultas fossem, ou seja, pulando etapas importantes para a formação do caráter, o que é lamentável. E uma das consequências, sem dúvida, é o crescente número de gravidez na adolescência.
Outra coisa, a excessiva exposição do corpo; cenas de sexo, violência e exaltação de futilidades nos meios de comunicação ao alcance de todos; a falta de educação e respeito em todos os meios sociais; pais sem autoridade, filhos desobedientes e desrespeitosos, enfim, tudo isso contribui para a degradação dos valores morais, das virtudes, e a vida vai perdendo o encanto, a beleza, a motivação...
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